Em nota, a Polícia Federal confirmou a informação, sem citar Ciro Nogueira nominalmente, e disse que o inquérito apura possíveis crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Por Redação, com ABr - de Brasília
A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira mandados de busca e apreensão pedidos pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em endereços ligados ao presidente do PP, senador Ciro Nogueira, informou a Procuradoria-Geral da República.
Presidente do PP é alvo de operação em caso sobre corrupção e lavagem de dinheiro
De acordo com a PGR, as buscas foram autorizadas pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), e estão sendo realizadas nos endereços de duas pessoas e na sede das duas empresas ligadas ao parlamentar. Elas visam apurar possível lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública.
– A investigação tem como partida colaborações premiadas de executivos do grupo J&F. Em depoimentos, os colaboradores narraram a compra de apoio político a partidos por meio do político – afirmou a PGR em nota, referindo-se à holding que controla o frigorífico JBS.
– No pedido enviado ao Supremo, a PGR explica que, segundo investigações preliminares, parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais, simuladas, e outra parte no valor de 5 milhões de reais foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador. No total, teriam sido pagos R$ 42 milhões em propina.
Também em nota, a Polícia Federal confirmou a informação, sem citar Ciro Nogueira nominalmente, e disse que o inquérito apura possíveis crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A operação, batizada de Compensação, mobiliza cerca de 30 policiais federais que cumprem sete mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Teresina. De acordo com a PF, também há intimações para depoimento dos envolvidos.
Em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Nogueira, disse que as buscas realizadas nesta sexta-feira apenas voltaram a apreender o que já havia sido apreendido e restituído em uma operação anterior.
– A defesa do senador Ciro Nogueira vem denunciar, mais uma vez, o direito penal do espetáculo. O que está sendo apreendido nesta busca e apreensão é o que foi recentemente restituído pelo Supremo Tribunal em virtude de outra operação que não resultou em ação penal, o Supremo rejeitou a denúncia, pois baseada tão somente na palavra de outro delator – disse o advogado.
– Tal constrangimento poderia ser evitado com a simples intimação do senador para prestar esclarecimento pois, é evidente, este sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário.