Bolsonaro, que alega ter sido infectado com o novo coronavírus, referiu-se aos jornalistas enquanto relatava que, na década de 1970, antes de ser expulso do Exército, salvou um colega que corria o risco de se afogar. O mandatário neofascista chegou a mencionar que era atleta das Forças Armadas.
Por Redação - de Brasília
A foto de Bolsonaro, nos tempos em que foi atleta, viralizou nas redes sociais
Não satisfeito em confessar que, na véspera, queria “encher de porrada” do repórter Daniel Gullino, que lhe perguntou sobre os depósitos do ex-assessor Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama, Michelle, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, que se um “bundão” da imprensa contrair o novo coronavírus, a chance de sobreviver é “bem menor”.
Figueiredo
Bolsonaro, que alega ter sido infectado com o novo coronavírus, referiu-se aos jornalistas enquanto relatava que, na década de 1970, antes de ser expulso do Exército, salvou um colega que corria o risco de se afogar em uma lagoa. O mandatário neofascista chegou a mencionar que era atleta das Forças Armadas, mas a mídia levou o assunto na gozação.
— Era um jovem aspirante do Exército Brasileiro (em 1978 quando salvou um colega), tinha 23 anos, sempre fui atleta das Forças Armadas. Aquela história de atleta, né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega (covid-19) num bundão de vocês, a chance de sobreviver é bem menor. Só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade, em grande parte. Tem exceções, né? Como aqui o Alexandre Garcia (assessor de imprensa do general João Figueiredo, ditador no período de 15 de março de 1979 a 15 de março de 1985). A chance de sobreviver é bem menor do que a minha — disse Bolsonaro.
No Planalto, o governo reuniu médicos que defendem o que chamam de “tratamento precoce” contra a covid-19, com o uso da hidroxicloroquina. O medicamento não tem comprovação científica da eficácia contra o novo coronavírus e foi banido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) das pesquisas relativas ao combate à pandemia.
— Apesar da ausência de comprovação científica, muitas das 114 mil mortes por covid-19 poderia ter sido evitadas se o uso do medicamento não tivesse sido politizado — diz o mandatário.
Os Marinhos
Durante a cerimônia, que deve discursos de médicos favoráveis ao uso da hidroxicloroquina, uma das médicas pediu um minuto de silêncio em homenagem as quase 115 mil mortes registradas no Brasil até o momento.
Ainda na manhã desta segunda-feira, Bolsonaro voltou a atacar o jornalista de O Globo, mas de forma transversa. Preferiu, agora, ameaçar os patrões do repórter ao afirmar, no Twitter, às 6h45, que “há pelo menos 10 anos o sistema Globo me persegue e nada conseguiram provar contra mim. Agora aguardo explicações da família Marinho sobre a delação do ‘doleiro dos doleiros’, onde valores superiores a R$ 1 bilhão teriam sido repassados a eles”.
Na mensagem, Bolsonaro refere-se à delação premiada de Dario Messer, conhecido como o "doleiros dos doleiros", que relatou ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro ter feito entregas regulares de dólares em espécie para integrantes da família Marinho, proprietária do Grupo Globo.