Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Premiê do Nepal toma posse e busca diálogo com jovens

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Domingo, 14 de Setembro de 2025 às 14:33, por: CdB

Agora ela enfrentará uma tarefa hercúlea: manter unido um país fraturado e prepará-lo para as próximas eleições, previstas para 5 de março de 2026.

Por Redação, com ANSA – de Kathmandu

Após um vácuo de poder que durou quatro dias, Sushila Karki, ex-presidente da Suprema Corte do Nepal, prestou juramento como nova primeira-ministra interina do “Teto do Mundo”.

Premiê do Nepal toma posse e busca diálogo com jovens | Sushila Karki é a primeira mulher a governar o Nepal
Sushila Karki é a primeira mulher a governar o Nepal

Agora ela enfrentará uma tarefa hercúlea: manter unido um país fraturado e prepará-lo para as próximas eleições, previstas para 5 de março de 2026.

Karki, de 73 anos, não se furtou às responsabilidades na cerimônia perante o presidente Ram Chandra Poudel e destacou os desafios que tem pela frente, prometendo que o prazo para a realização do pleito será respeitado.

Conhecida por sua tenacidade e amada pelos jovens ativistas que “elegeram” seu nome por meio da plataforma Discord, ela é a primeira mulher a chefiar o governo do Nepal, país de 30 milhões de habitantes incrustado nas montanhas do Himalaia, a cordilheira mais alta do planeta.

Congresso Nepalês

Karki nasceu em uma família ligada ao grande partido social-democrata da nação, o Congresso Nepalês, e posteriormente casou-se com um expoente da legenda, Durga Subedi, figura controversa que participou do sequestro de um avião há 52 anos, quando o Nepal ainda era uma monarquia absolutista.

– Temos de trabalhar seguindo o pensamento da geração Z – sublinhou Karki durante a posse, explicando que os jovens exigem três coisas: “o fim da corrupção, um bom governo e a igualdade econômica”.

A troca de poder ocorreu após uma onda de revolta deflagrada pela decisão — já revogada — do agora ex-premiê KP Sharma Oli de bloquear o acesso a diversas redes sociais no país, incluindo Facebook, YouTube e X, mas as manifestações logo se concentraram na corrupção e na pobreza generalizadas, contrapostas às vidas de ostentação das famílias de políticos.

Os protestos tiveram dezenas de mortos pela polícia e invasões dos manifestantes às casas de figuras poderosas do Nepal — a esposa de um ex-premiê foi queimada viva dentro de sua residência.

Segundo o Banco Mundial, um quinto da população entre 15 e 24 anos está desempregada, e o PIB per capita é de menos de US$ 1,5 mil (R$ 8 mil) por ano.

Entre as tarefas mais urgentes de Karki estão restabelecer a ordem pública, reconstruir a sede do parlamento e outros edifícios atacados durante as manifestações e acalmar a “geração Z”. Ao mesmo tempo, parte da população teme pela solidez da democracia e exige que os responsáveis ;;pelos atos de violência sejam responsabilizados na Justiça.

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