Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Preços e juros altos corroem benefícios de Bolsonaro

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Quinta, 14 de Abril de 2022 às 14:55, por: CdB

Os recursos do FGTS teriam um impacto maior na atividade econômica se fossem destinados a investimentos públicos. Por exemplo, em obras de infraestrutura, saneamento e moradia. O saldo médio dessas contas que serão liberadas não compram nem um terço da cesta básica.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
A alta taxa de inflação e de juros prejudica os trabalhadores, a ponto de as medidas eleitoreiras do governo não surtirem efeito na vida deles ou render os efeitos esperados para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.
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Os benefícios oferecidos pelo governo Bolsonaro são corroídos pela desvalorização da moeda
— O governo anunciou o pacote eleitoreiro, prevendo a liberação de recursos do FGTS, antecipando o pagamento 13º do INSS, entre outras medidas. Isso dá um respiro insuficiente para a economia do país — afirma à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA) o supervisor do Dieese em São Paulo, Vitor Pagani. Segundo o quadro técnico, o sistema financeiro acaba se apropriando de parte desses recursos.  — Então, não vai estimular nem o consumo, nem a atividade econômica como propagandeou o governo. Como isso se dá num contexto de escalada inflacionária, esses recursos são insuficientes — acrescentou o supervisor do Dieese.

Saldo médio

Isso porque parte desse dinheiro vai pagar dívidas e parte é corroída pela inflação. — Além disso, essa política de liberação do Fundo de Garantia é um problema, pois desconsidera o objetivo do próprio fundo — observa Pagani. Desse modo, os recursos do FGTS teriam um impacto maior na atividade econômica se fossem destinados a investimentos públicos. Por exemplo, em obras de infraestrutura, saneamento e moradia. Segundo ele, o saldo médio dessas contas que serão liberadas não compram nem um terço da cesta básica.

Auxílio Brasil

Outro indicador preocupante do cenário de queda na renda e na atividade econômica é que o número de beneficiários do programa Auxílio Brasil é maior que o de empregos com carteira assinada em 12 dos 27 estados da Federação. Os dados são de estudo recente do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) em parceria com o site Poder360. Os resultados mostram que há prevalência do Auxílio Brasil no Norte e no Nordeste do país, nos Estados do Maranhão, Bahia, Pará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Sergipe, Amazonas, Amapá e Acre. O Rio Grande do Norte é o único nordestino que registra mais empregos formais com carteira assinada do que beneficiários do Auxílio Brasil – mas a diferença é mínima: 437.717 potiguares recebem o benefício e há 438.871 empregos formais no Estado.
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