Quarta, 09 de Fevereiro de 2022 às 12:16, por: CdB
Na segunda-feira, o preço médio do Cbio chegou a R$ 78,79, no sétimo pregão com cotação acima dos R$ 70. O valor representa uma alta de 34% em relação ao último pregão de 2021 e equivale a quase o dobro da média daquele ano, de R$ 39.
Por Redação, com FSP - de São Paulo
A cotação dos créditos de carbono do setor de combustíveis, conhecidos como Cbios, disparou nas últimas semanas, jogando mais pressão sobre os preços da gasolina e do diesel no país, já que a compra obrigatória dos títulos tem impacto nos custos das distribuidoras dos produtos.
O mercado de carbono observa um crescimento importante após a abertura da bolsa chinesa para estes papéis
Na segunda-feira, o preço médio do Cbio chegou a R$ 78,79, no sétimo pregão com cotação acima dos R$ 70. O valor representa uma alta de 34% em relação ao último pregão de 2021 e equivale a quase o dobro da média daquele ano, de R$ 39.
A alta preocupa o setor de combustíveis, principalmente por ocorrer em um período atípico, de poucas negociações. Geralmente, os preços tendem a subir no fim do ano, quando as distribuidoras correm ao mercado para comprar os títulos que faltam para cumprir suas cotas anuais.
Momento
O programa prevê que distribuidoras de combustíveis comprem certificados para compensar a emissão de poluentes no consumo dos produtos. O objetivo é transferir recursos da venda de combustíveis fósseis para a produção de energia renovável, barateando seu custo e incentivando o consumo.
Os Cbios começaram a ser negociados em 2020, em um momento conturbado após o início da pandemia e em meio a um embate entre o setor de combustíveis e os produtores de etanol e biodiesel, que são os vendedores dos títulos. Com a queda no consumo, o governo chegou a reduzir as metas logo no primeiro ano do programa.
Cada Cbio equivale à emissão de uma tonelada de carbono na atmosfera. As metas de cada distribuidora são calculadas de acordo com o volume de combustíveis fósseis que cada uma põe no mercado. Em 2022, elas terão que comprar cerca de 36 milhões de títulos.
— Estamos muito preocupados com a escalada, sem explicação, dos preços dos Cbios e o impacto na saúde financeira das empresas distribuidoras regionais e no preço final dos combustíveis — resumiu a jornalistas do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) Abel Leitão, presidente da Brasilcom, federação que reúne distribuidoras de médio e pequeno porte.