Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Policiais ocupam área de conflito entre garimpeiros e indígenas, no Amapá

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Domingo, 28 de Julho de 2019 às 10:31, por: CdB

Nesta manhã, o Ministério Público Federal do Amapá (MPF) abriu inquérito para apurar a agressão à aldeia Yvytotõ. Desde a noite passada, procuradores federais acompanham o desenrolar dos fatos junto com a Polícia Federal (PF) e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai).

 
Por Redação, com BdF - de Pedra Branca do Amapari, AM
  Homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) mantinham ocupada, neste domingo, a área conflagrada no município de Pedra Branca do Amapari, oeste do Estado do Amapá; após a invasão de garimpeiros na reserva indígena Waiãpi, na véspera, com a morte de um dos líderes indígenas. Outro assassinato, do cacique Waiãpi, Emyra Waiãpi, também por garimpeitos, ocorrido há 72 horas, é alvo de investigação federal.
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Os garimpeiros invadiram a reserva indígena Waiãpi, matando um dos líderes da aldeia
Nesta manhã, o Ministério Público Federal do Amapá (MPF) abriu inquérito para apurar a agressão à aldeia Yvytotõ. Desde a noite passada, procuradores federais acompanham o desenrolar dos fatos junto com a Polícia Federal (PF) e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo o MPF, agentes federais e do Bope permanecem no local para "para evitar o agravamento do conflito”, afirma a nota.

Funai

A Funai também confirmou a presença de invasores e a escalada da tensão entre índios e garimpeiros. Relato de observadores da Fundação indica que há entre 10 a 15 "não-índios", portando armas de fogo de grosso calibre, nas imediações da aldeia Yvytotõ. "Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto", relatou a Funai. Os indígenas, de acordo com o relato da Funai, encontram-se na aldeia Mariry, distante cerca de 40 minutos de caminhada da Yvytotõ. A instituição orientou que os indígenas evitem qualquer tipo de contato com os invasores, com objetivo de evitar acirramento dos ânimos.

Segurança

Ainda de conforme o relato da Funai, a denúncia de morte do cacique Emyra Waiãpi, no dia 23 na Aldeia Mariry, e disse que precisa de mais informações sobre o caso. Segundo relato do vereador Jawaruwa Waiãpi (Rede), indígena da região, a vítima era uma liderança do povo. "Com relação à denúncia apresentada pelo indígena Aikyry Waiãpi, acerca da causa da morte de seu pai, Emyra Waiãpi, no dia 23 na Aldeia Mariry, esta foi motivada por ataque dos não-índios tratados neste memorando, porém necessitamos de mais informações sobre o assunto, não sendo possível levantar sem ir até o local em que está ocorrendo a invasão, cujo acesso se dá por um trecho de via terrestre (veículo), um trecho via fluvial e mais um trecho via terrestre à pé", acrescenta a nota distribuída à imprensa, neste domingo. A chefe da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Justiça, Silvia Waiãpi, da mesma etnia atacada por garimpeiros, publicou em uma rede social que foram acionadas as forças de segurança para atuar no local do confronto.

Conflito

Após a agressão aos indígenas, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi acionado pelo vereador Jawaruwa Waiãpi, que enviou áudios com pedido de socorro ao senador. — Uma liderança fez contato informando que ocorreu uma invasão dos garimpeiros e assassinaram um cacique — relatou o senador, em vídeo publicado em uma rede social. Diante das agressões, os guerreiros Waiãpi prometem retomar a aldeia caso as autoridades não adotem providências para expulsar os garimpeiros. — Há potencial gravíssimo de conflitos — lamenta Randolfe.
Assista ao vídeo:
O parlamentar alertou, ainda, para a escalada do ódio e da intolerância após a eleição do presidente Jair Bolsonaro. — O sangue derramado é culpa do governo federal, que ocorre por causa da omissão de organismos de controle”, reprovou. “Quem vive do crime se sente protegido em poder invadir terra indígena — concluiu.
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