Entre os alvos estão um policial civil aposentado e um policial penal que colaboravam com as atividades ilícitas. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), com apoio do Ministério Público, deflagraram nesta quinta-feira uma operação contra uma organização criminosa que atua desde 2019 no Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio. Até o momento, nove pessoas foram presas.

Entre os alvos estão um policial civil aposentado e um policial penal que colaboravam com as atividades ilícitas. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas.
O objetivo é cumprir 11 mandados de prisão e nove de busca e apreensão. As investigações revelaram que o grupo praticava extorsões contra comerciantes do camelódromo, exigindo pagamentos sob o pretexto de serem ‘contribuições associativas’.
Também eram cobrados valores referentes ao consumo de energia elétrica e, caso as vítimas se recusassem a pagar, a energia era cortada e só religada mediante a um valor extra.
As cobranças eram acompanhadas de ameaças e intimidações, inclusive com o uso de armas de fogo. Comerciantes eram coagidos a pagar, caso contrário perderiam o ponto e a mercadoria, ou até seriam expulsos do local.
Vendas irregulares de boxes
Além disso, o grupo fazia vendas irregulares de boxes, que são espaços públicos sob controle da prefeitura do Rio. O valor da venda variava entre R$ 60 mil e R$ 80 mil, o que configura apropriação indevida de bem público, segundo a polícia.
– Estamos atacando também o braço financeiro desta organização criminosa, com pedido de bloqueio de bens e valores. Identificamos que somente um desses alvos tinha movimentado cerca de R$ 2 milhões – diz o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Durante a operação, os agentes conseguiram informações de que o líder do grupo estaria no Estado do Ceará. Com o apoio da Polícia Civil de lá, ele foi preso em Fortaleza.
Os investigados também lavavam o dinheiro obtido com os crimes, transferindo valores para contas de laranjas e reinvestindo em novos boxes no próprio mercado.
Os mandados estão sendo cumpridos na Uruguaiana e em endereços na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e na Baixada Fluminense.