Popeye é acusado de coordenar atividades criminosas, autorizar execuções, comandar ataques contra policiais e impor regras à comunidade por meio de violência e coerção.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil faz, na manhã desta quinta-feira, uma operação para desarticular uma associação criminosa ligada ao Comando Vermelho que atua no Complexo do Parque Floresta, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Até o momento, oito suspeitos foram presos.

Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) tentam prender Éverton Alan Soares Conceição, conhecido como ‘Popeye’, ‘Eto’ ou ‘Calvin’. Ele é filho e sucessor de Orlando da Conceição, o ‘Orlando Jogador’, um dos fundadores do Comando Vermelho que liderava a região.

Popeye é acusado de coordenar atividades criminosas, autorizar execuções, comandar ataques contra policiais e impor regras à comunidade por meio de violência e coerção. O território explorado pelo grupo é composto pelas comunidades de Santa Marta, Vila Pauline, Caixa d’Água e Parque Floresta.
Outros três integrantes do alto escalão da organização criminosa também são alvos da ação.
Os policiais também atuam na retirada de barricadas usadas para dificultar o acesso das forças de segurança e limitar a circulação dos moradores. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos.
Polícia investiga se PM reformado foi assassinado por grupo de pistoleiros ligado ao CV
A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) investiga a morte do policial militar reformado Marcos Antônio Cortinas Lopez, de 58 anos, como resultado de uma ação planejada por integrantes da facção Comando Vermelho. O crime ocorreu em janeiro deste ano, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e está sendo tratado como uma execução por parte de um grupo de matadores que atua sob ordens do tráfico.
De acordo com a delegada Luciana Fonseca, responsável pela apuração do caso, há indícios de que o grupo criminoso tentou executar Lopez em outras duas ocasiões, mas não conseguiu localizar corretamente o veículo do alvo.
– Tráfico de drogas é uma das menores participações criminosas que eles possuem hoje. Eles estão se prestando a esse serviço de pistolagem também – afirmou a delegada.
Segundo a investigação, o ex-PM, que já havia sido preso em 2020 por receptação qualificada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), era dono de uma empresa de telefonia e tinha ligações com grupos milicianos que atuam em Bangu e na Barra da Tijuca, áreas sob disputa entre milícia e tráfico.
Três suspeitos de participar diretamente da execução foram identificados. Um deles, Caio Felipe Ferreira da Cruz, conhecido como Reizin, integra o grupo de guerra do Comando Vermelho comandado por Rodney Lima de Freitas, o RD. Segundo a Polícia Civil, Reizin também é procurado por envolvimento em outros crimes.
Em março, um dos envolvidos na execução foi capturado: Jefferson Senra Amaral foi preso na Vila Kennedy, comunidade que funciona como base da Tropa do RD.
O crime
O assassinato de Marcos Cortinas Lopez aconteceu nas proximidades do shopping Vogue Square. Segundo relatos de testemunhas, os criminosos teriam batido propositalmente na traseira do carro da vítima. Ao descer do veículo para verificar o ocorrido, Lopez foi surpreendido por homens em duas motos que efetuaram os disparos e fugiram em seguida.
A investigação aponta que a vítima tinha atuação em áreas conflagradas e poderia estar envolvida em disputas de território. A DH também trabalha para apurar a existência de um possível mandante do crime, considerando o histórico de rivalidade entre milicianos e traficantes da região.
– Esse grupo parte de uma perspectiva de expansão e retomada de algumas áreas hoje controladas pela milícia, como Catiri e Antares – explicou a delegada Luciana Fonseca, referindo-se à Tropa do RD.
A apuração segue em curso com o objetivo de localizar os demais envolvidos e confirmar se a execução de Cortinas Lopez está ligada à guerra territorial entre facções criminosas.