Antes de concluir o inquérito, o jornalista Gabriel Luiz foi ouvido por cerca de uma hora pelos delegados Douglas Fernandes e Peter Ranquetat, na tarde de segunda-feira, no Hospital Brasília, no Lago Sul, onde permanece internado.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu, na segunda-feira, o inquérito que apura o esfaqueamento do jornalista Gabriel Luiz, 29 anos, repórter e editor da TV Globo em Brasília. O crime ocorreu no último dia 14 de abril, no bairro Sudoeste, na capital federal. Ele levou cerca de 10 facadas na região do abdômen, tórax, pescoço e braços.
Gabriel Luiz ainda se recupera do ataque em um hospital de Brasília; ele não corre mais risco de vida
Segundo o delegado Douglas Fernandes, da 3ª Delegacia de Polícia, do bairro Cruzeiro, que investiga o caso, todas as testemunhas ouvidas reforçaram a tese de que o ocorrido foi uma tentativa de latrocínio.
O inquérito foi enviado ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que vai definir se oferece denúncia aos autores do crime. Um tem 17 anos, está apreendido em uma unidade de internação para adolescentes e responderá por ato infracional. O outro envolvido é José Felipe Leite Tunholi, de 19 anos, que foi o autor dos golpes de faca. Ele está preso no Complexo Penitenciário da Papuda.
– Ouvimos no total 16 pessoas, inclusive a mãe do menino de 19 anos, que explicou a quantidade de euros que ele portava. Ela mostrou um recibo do montante comprado em 2020 para uma viagem para a Europa. Conseguimos comprovar a tese de latrocínio. Não houve nada que pudesse dar indício de outra coisa – disse o delegado em coletiva de imprensa.
O delegado acrescentou que os acusados demonstraram arrependimento pelo crime. Em depoimento, eles afirmaram terem feito uso de rophynol, um medicamento benzodiazepínico, que pode causar alucinações.
– Amigos confirmaram que os dois usaram rophynol. O maior já foi internado três vezes por uso de drogas, e já foi expulso várias vezes de escolas no DF – afirmou.
Depoimento de Gabriel
Antes de concluir o inquérito, o jornalista Gabriel Luiz foi ouvido por cerca de uma hora pelos delegados Douglas Fernandes e Peter Ranquetat, na tarde de segunda-feira, no Hospital Brasília, no Lago Sul, onde permanece internado.
– Ele recorda que esses dois elementos teriam se aproximado dele e que ambos teriam, antes de qualquer agressão, teriam mencionado 'acabou' ou 'perdeu'. Gabriel não recorda exatamente qual palavra foi e que no momento seguinte, logo depois começaram as agressões com faca – afirmou Ranquetat.
O jovem confirmou que um dos assaltantes o segurou e o outro desferiu as facadas. Ainda segundo o delegados, Gabriel afirmou ter pedido aos agressores que levassem tudo e que parassem o esfaqueamento. Neste momento, um vizinho que presenciou o crime teria gritado da janela e os agressores fugiram.
Quadro de saúde
Desde que foi internado, Gabriel passou por diferentes cirurgias. Ele ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por cerca de cinco dias e depois foi transferido para um quarto. Ainda não há previsão de quando ele deverá ter alta, mas segundo a última atualização do hospital, o quadro de saúde evolui bem, com Gabriel já caminhando sozinho e se alimentando de comida pastosa.