A Secretaria de Polícia do Senado está apurando se um produto enviado a alguns parlamentares pode ter provocado uma reação alérgica em ao menos uma servidora da Casa. A apuração foi instaurada na quinta-feira, depois que senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia relataram ter recebido o material.
Por Redação, com ABr - de Brasília
A Secretaria de Polícia do Senado está apurando se um produto enviado a alguns parlamentares pode ter provocado uma reação alérgica em ao menos uma servidora da Casa. Polícia Legislativa do Senado FederalFoto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A apuração foi instaurada na quinta-feira, depois que senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia relataram ter recebido o material, parte de uma campanha contra os maus-tratos em animais.
– Não sei se meu gabinete foi o primeiro a receber, mas me parece que outros senadores também receberam o mesmo pacote – disse o senador Marcos Rogério (DEM-RO), líder do Democratas no Senado.
– Parece-me ser, realmente, uma campanha legítima, mas minha assessora teve contato com o material e desenvolveu uma reação alérgica – disse Marcos Rogério, aconselhando os senadores e servidores que receberem o material a não manuseá-lo até que peritos verifiquem se o produto oferece ou não algum risco à saúde.
Bath bombs
Em nota, o Departamento de Comunicação do Senado explicou que o material ao qual o senador se referiu é semelhante a uma bomba de sais de banho (bath bombs) no formato de um coelho. Em geral, as bath bombs são produtos artesanais, utilizados como cosméticos que se dissolvem e efervescem quando em contato com a água.
Até a noite de quinta-feira, o Senado não sabia informar quantos gabinetes parlamentares receberam as caixas. Peritos vão avaliar a toxicidade do material, ainda que, oficialmente, nenhum servidor tenha comunicado à diretoria da Casa ter sofrido reação alérgica.
Campanha
Responsável pela campanha realizada para sensibilizar a população de diversos países contra o uso de animais como cobaias em testes de cosméticos, a organização não governamental (ONG) Humane Society International (HSI) confirmou o envio do material. E informou que os sais de banho foram doados pela prestigiada empresa britânica de cosméticos naturais Lush.
Segundo o diretor de Políticas Científicas da ONG, Helder Constantino, das 2 mil unidades que a Lush doou à sede da HSI, 150 foram destinadas ao escritório brasileiro. Dessas, apenas 18 foram redistribuídas a parlamentares e parceiros antes do senador Marcos Rogério comentar o caso de sua servidora.
– Ficamos surpresos com estes relatos, mas tão logo soubemos, por precaução, suspendemos a distribuição – disse Constantino à Agência Brasil. “(No Brasil) A ideia era enviar os sais de banho para alguns parceiros da nossa campanha [#SaveRalph] contra o uso de animais em testes de cosméticos, incluindo alguns senadores, já que há, [tramitando] no Senado, um projeto de lei sobre o assunto. Era uma delicadeza. Não queríamos, de forma alguma, chamar a atenção desta forma”, acrescentou Constantino, garantindo que, segundo a fabricante do produto, ele é feito basicamente com bicarbonato de sódio e vendido em vários países.
– São ingredientes super seguros. Eu mesmo tenho um em casa. Meus próprios filhos o estão usando sem qualquer problema. De qualquer forma, temos conosco parte do material que recebemos e o colocamos à disposição do Senado – disse o diretor da HSI.