Rio de Janeiro, 24 de Junho de 2025

Pesquisadores identificam novas estratégias bacterianas de defesa

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Sexta, 09 de Maio de 2025 às 11:40, por: CdB

Os integrons são plataformas genéticas que permitem que as bactérias capturem e acumulem genes para várias funções, incluindo a resistência a antibióticos.

Por Redação, com Europa Press – de Bruxelas

Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu novos mecanismos de defesa em bactérias, conhecidos como integrons móveis, que agem contra bacteriófagos ou fagos, ou seja, vírus bacterianos que têm a capacidade de infectar e matar bactérias, e que atualmente estão sendo usados como uma terapia alternativa ao uso de antibióticos.

Pesquisadores identificam novas estratégias bacterianas de defesa | Estudo aponta alternativas aos antibióticos a partir de defesas bacterianas
Estudo aponta alternativas aos antibióticos a partir de defesas bacterianas

Os integrons são plataformas genéticas que permitem que as bactérias capturem e acumulem genes para várias funções, incluindo a resistência a antibióticos. O estudo publicado na “Science” vai além, descrevendo que esses integrons também carregam genes capazes de defender as bactérias contra terapias baseadas em antibióticos.

Esses genes, denominados “BRiCs”, podem proteger as bactérias contra diferentes tipos de vírus e, em combinação com outros genes de resistência a antibióticos, proteger as bactérias contra fagos e antibióticos.

De acordo com José Antonio Escudero, pesquisador do Departamento de Saúde Animal e do Centro de Vigilância Sanitária Veterinária (Visavet) da Universidade Complutense de Madri (UCM), a descoberta amplia significativamente o conhecimento que existia até agora sobre como as bactérias adquirem e mantêm suas defesas, descrevendo um mecanismo evolutivo que é mais complexo do que se pensava anteriormente.

Para o trabalho, que foi desenvolvido ao longo de mais de dois anos, os pesquisadores realizaram análises de bioinformática e experimentos in vitro, explorando a função de mais de 120 genes bacterianos de função desconhecida alojados em integrons.

A função antifágica desses genes foi testada em diferentes modelos de bactérias contra diferentes tipos de fagos em condições controladas, confirmando sua função defensiva em importantes patógenos humanos, como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.

Chave para o aumento da resistência aos antibióticos

Quanto às repercussões da descoberta, os pesquisadores afirmaram que ela é fundamental em um momento em que a resistência aos antibióticos está aumentando. Se esses genes de defesa continuarem a se espalhar rapidamente, eles poderão tornar ineficaz a terapia com fagos, uma alternativa promissora aos antibióticos convencionais.

– Entender como essas defesas bacterianas se espalham nos ajudaria a antecipar e conter o surgimento de novas resistências em hospitais e outros ambientes clínicos – disse Escudero.

Para o futuro, a equipe pretende estudar a origem evolutiva e a epidemiologia desses sistemas defensivos na natureza. Eles também planejam caracterizar detalhadamente esses sistemas de defesa a fim de desenvolver estratégias para atenuar a disseminação e o efeito desses genes de resistência a fagos.

A pesquisa foi conduzida pela Universidade Complutense de Madri (UCM), com a participação da Universidade de Valência, da Fundação Jiménez Díaz e da Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica).

Médicos não estão se comunicando bem com os pacientes

A ministra regional da Saúde do Principado de Astúrias, Concepción Saavedra, reconheceu nesta sexta-feira, durante um café da manhã sócio-sanitário organizado pela agência europeia de notícias Europa Press, que o sistema de saúde da região tem um déficit na forma de se relacionar com os cidadãos. “A pior coisa que fazemos é nos comunicar”, disse ela, referindo-se às principais reclamações recebidas pela Sespa. “Os pacientes sentem que não os informamos.

Saavedra alertou que “quanto mais avançamos no conhecimento técnico-científico, menos avançamos no conhecimento emocional”, e pediu um melhor treinamento em comunicação para os profissionais de saúde. “A humanização deve estar em todos os protocolos que temos”, disse ele, ressaltando que ela deve abranger não apenas os procedimentos clínicos, mas também “quando eu informo, quando eu comunico e o que eu comunico”.

Cuidados com a saúde mental

Nesse contexto, o Ministro Regional anunciou que o Principado está trabalhando em um pacto regional para a saúde mental do qual participarão pacientes, familiares, sociedades científicas, profissionais, forças de segurança, mídia e conselhos municipais.

– É um pacto de valores – indicou ele, e disse que em junho será iniciado o diálogo com os grupos políticos para chegar a um consenso sobre seu conteúdo. Ele também anunciou que, antes do final do ano, será apresentada uma lei de saúde mental que incluirá o modelo comunitário, recursos de atendimento e “os direitos das pessoas com deficiências psicossociais”.

Entre as iniciativas para combater o desconforto emocional e a desinformação, Saavedra destacou o projeto Astúrias Saudável, que buscará “jovens profissionais que gerenciam redes sociais” para disseminar conteúdo sobre nutrição, exercícios, bem-estar e uso do sistema de saúde. “Todas as coisas que as pessoas procuram na Internet e que geram desinformação, nós as forneceremos”, disse ele.

Atração de profissionais de saúde nas Astúrias

Em termos de pessoal de saúde, o Ministro Regional defendeu a estratégia de recrutamento ativo de profissionais como um dos principais fatores que fizeram das Astúrias “a região com o maior número de médicos por mil habitantes”.

De acordo com ela, a Sespa tem um escritório que entra em contato direto com profissionais de outras comunidades autônomas para fornecer informações sobre as condições de trabalho no Principado.

– Temos horários flexíveis, contato com grandes hospitais e tecnologia de ponta – explicou, referindo-se aos incentivos oferecidos, especialmente em áreas rurais ou de difícil cobertura. Ele também apontou que estão sendo processadas medidas para que o tempo trabalhado nessas áreas “conte em dobro” na carreira profissional ou em processos seletivos.

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