Rio de Janeiro, 09 de Setembro de 2025

Para fechar acordo, Lula pede que Macron ‘abra o seu coração’

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Quinta, 05 de Junho de 2025 às 19:49, por: CdB

Na entrevista coletiva após o encontro, Lula lembrou que o Brasil assume a Presidência do bloco sul-americano no próximo semestre, para um mandato de seis meses.

Por Redação, com Reuters – de Paris

Após o almoço com o presidente da França, Emmanuel Macron, nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu a hospitalidade que, segundo ele, “somente um grande amigo pode oferecer” e pediu apoio do contraparte francês para fechar o tratado entre a União Europeia e o Mercosul.

Para fechar acordo, Lula pede que Macron ‘abra o seu coração’ | Os presidentes Lula e Macron se dão as mãos à saída do almoço no Palácio Eliseu
Os presidentes Lula e Macron se dão as mãos à saída do almoço no Palácio Eliseu

Na entrevista coletiva após o encontro, Lula lembrou que o Brasil assume a Presidência do bloco sul-americano no próximo semestre, para um mandato de seis meses.

— Quero lhe comunicar que não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia. Portanto, meu caro, abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com o nosso querido Mercosul — disse, olhando diretamente para Macron.

 

Ajustes

Para o líder brasileiro, “essa é a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante do cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e do protecionismo tarifário”.

Macron, por sua vez, respondeu que o acordo Mercosul-União Europeia (UE) precisa de melhorias – dentre elas, a inclusão de cláusulas-espelho e de salvaguarda, especificamente, nos termos que tratam de produção de produção agrícola. As chamadas cláusulas-espelho consistem na imposição das regras de produção aplicadas dentro da UE a produtos importados.

— Proibimos os nossos agricultores de utilizarem agrotóxicos, por exemplo, para respeitar mais o meio ambiente. Mas os países do Mercosul não estão no mesmo nível de regulamentação. Há uma discrepância. Não é uma discrepância de competitividade, de qualidade, mas na regulamentação — disse Macron, ao lado de Lula.

A questão central no debate sobe o acordo entre os dois blocos econômicos, para os franceses, está no campo.

— Como vou explicar aos agricultores que, no momento em que eu exijo que eles respeitem as normas, abro o mercado para produtos que não respeitam essas mesmas normas? Qual vai ser o resultado? O clima não sai beneficiado, vamos matar a nossa agricultura. Isso é injusto e não é a visão do presidente Lula. Temos que melhorar e aprimorar o acordo — ponderou o presidente francês.

 

Exigências

Para o presidente brasileiro, as reivindicações do colega francês podem ser resolvidas com mais diálogo.

— Eu acho que não está difícil fazer o acordo — avaliou Lula, em resposta à Macron.

Negociado há mais de 20 anos, o acordo vem enfrentando resistência de alguns países, como a França, para que seja colocado em vigor. Para o líder francês, o acordo não leva em consideração exigências ambientais na produção agrícola e industrial. Já segundo Lula, a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas .

— Não permita que nenhum país europeu coloque dúvida sobre a defesa que o Brasil faz para diminuir o desmatamento. (…) Agora, é um território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Não é um território fácil de controlar — resumiu Lula.

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