Segundo o pontífice norte-americano, as “falsas propagandas do rearmamento” são uma “traição aos desejos de paz dos povos”, na “vã ilusão que a supremacia resolva os problemas”.
Por Redação, com ANSA – da Cidade do Vaticano
O papa Leão XIV afirmou nesta quinta-feira que o “Oriente cristão” é alvo de uma “violência diabólica nunca vista antes” e chamou de “indigno” o uso da força para prevalecer sobre o direito internacional.

As declarações foram dadas em discurso na Assembleia Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco, na sigla em italiano), no Vaticano, na esteira do atentado que matou ao menos 30 pessoas em uma igreja greco-ortodoxa em Damasco, na Síria, e dos conflitos no Oriente Médio.
– A história das igrejas católicas orientais é frequentemente marcada pela violência sofrida, mas hoje a violência bélica parece se abater sobre os territórios do Oriente cristão com uma veemência diabólica nunca vista antes – disse Leão XIV em seu pronunciamento.
– É verdadeiramente triste assistir hoje, em tantos contextos, à imposição da lei do mais forte. É desolador ver que a força do direito internacional e do direito humanitário não parece mais obrigar, substituída pelo suposto direito de obrigar os outros com a força. Isso é indigno do ser humano e é vergonhoso para a humanidade e para os responsáveis das nações – acrescentou.
“Falsas propagandas do rearmamento”
Segundo o pontífice norte-americano, as “falsas propagandas do rearmamento” são uma “traição aos desejos de paz dos povos”, na “vã ilusão que a supremacia resolva os problemas”. “As pessoas desconhecem cada vez mais a quantidade de dinheiro que vai para os bolsos dos mercadores da morte e com o qual poderiam ser construídos hospitais e escolas. Em vez disso, aqueles já construídos são destruídos”, salientou.
Citando as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, o Papa afirmou que a humanidade é chamada a buscar as “verdadeiras causas” desses conflitos e a desmascarar “simulações emotivas e retóricas”. “As pessoas não podem morrer por causa de fake news“, alertou.