O negacionismo de Bolsonaro na pandemia, com a mesma lógica da negação das mudanças climáticas, tem efeitos políticos nefastos para o líder da extrema-direita.
Por Redação - de São Paulo
Para o economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, o país poderá “ter uma situação de privação material gravíssima. A próxima onda de descontentamento já está começando a se erguer”. O renomado intelectual, ligado à centro-direita, vai mais longe na sua previsão de uma possível desestabilização social do país. Segundo afirmou, em entrevista publicada nesta segunda-feira no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, a destruição do tecido social, no Brasil, ocorre de forma acelerada.
Giannetti fez o programa econômico de governo da candidata Marina Silva, nas eleições de 2018
A avaliação de Gianetti sobre Bolsonaro converge com dos países europeus e a China.
— Se esta crise tiver como efeito colateral a corrosão, a destruição e a redução a pó dessa direita populista, ela não terá sido totalmente perdida. Lideranças desse tipo colocam em risco à humanidade — afirmou.
Equívoco
O negacionismo de Bolsonaro na pandemia, com a mesma lógica da negação das mudanças climáticas, tem efeitos políticos nefastos para o líder da extrema-direita.
— É uma postura negacionista igualzinha à que eles têm em relação à mudança climática, o mesmo menosprezo pela ciência. Mas com uma diferença: a temporalidade da pandemia não é a mesma da mudança climática. Houve uma perda, possivelmente irreparável, de capital político pelo equívoco cometido diante da crise atual — conclui.