As Nações Unidas constatam que a guerra da Rússia na Ucrânia derrubou a frágil recuperação econômica da pandemia; além de provocar uma crise humanitária "devastadora" na Europa e elevar os preços de alimentos e commodities ao redor. Com as pressões inflacionárias intensificadas em meio ao conflito, a ONU prevê que a inflação global suba a 6,7% neste ano.
Por Redação, com ACSs - de Washington
O Produto Interno Bruto (PIB) mundial, calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU), perdeu um quarto do crescimento previsto para este ano. A ONU revisou para baixo a projeção para o crescimento global em 2022, de 4,0% para 3,1%, no relatório divulgado nesta sexta-feira.
A ONU realizou estudo sobre o crescimento mundial e constatou que a economia crescerá menos este ano
As Nações Unidas constatam que a guerra da Rússia na Ucrânia derrubou a frágil recuperação econômica da pandemia; além de provocar uma crise humanitária "devastadora" na Europa e elevar os preços de alimentos e commodities ao redor. Com as pressões inflacionárias intensificadas em meio ao conflito, a ONU prevê que a inflação global suba a 6,7% neste ano – duas vezes a média de 2,9% entre 2010 e 2020.
As baixas nas projeções de crescimento são generalizadas, incluindo as maiores economias, como Estados Unidos, China, países europeus e a maior parte das nações desenvolvidas e emergentes. As economias em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, e aquelas que dependem de commodities lidam com os maiores cortes nas estimativas, dados os preços mais altos de energia e alimentos. Especialmente na África, a perspectiva é de agravamento de insegurança alimentar.
Empréstimos
Na Europa, para além da crise humanitária e perda de vidas, a ONU destaca que a guerra traz dificuldades econômicas não só para a Rússia e Ucrânia, como também para países vizinhos na Ásia Central e Europa. Na União Europeia, especificamente, o pico nos custos de energia deve representar um choque. A perspectiva de crescimento para o bloco em 2022 caiu de 3,9%, projetados em janeiro, para 2,7%.
Entre economias consideradas em desenvolvimento ou menos desenvolvidas, o avanço da inflação tem reduzido o poder de compra das famílias. Nesses países, a pobreza é mais presente e o crescimento salarial segue contido, observa a ONU.
"O aperto monetário nos Estados Unidos também deve aumentar os custos dos empréstimos e piorar as lacunas de financiamento nos países em desenvolvimento, incluindo os países menos desenvolvidos”, conclui o relatório.