Nos últimos dias, dezenas de milhares de reservistas israelenses teriam sido convocados para participar dessa operação para “conquistar” o enclave palestino, de acordo com fontes oficiais israelenses.
Por Redação, com Europa Press – de Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira que a extensão da ofensiva militar “intensiva” na Faixa de Gaza aprovada pelo governo israelense implica em novos deslocamentos da população de Gaza “para sua própria segurança”.

– A população será deslocada para sua própria proteção – explicou Netanyahu em um vídeo publicado em sua conta no X, no qual ressaltou que essa nova operação militar tem como objetivo “varrer o Hamas da face da Terra”.
Essa ofensiva não envolve o fato de os militares entrarem para fazer incursões e depois saírem. “A intenção é o oposto”, advertiu ele, enfatizando que essa nova estratégia foi sugerida pelo Estado-Maior das Forças Armadas.
– Foi a recomendação do chefe do Estado-Maior: avançar em direção, como ele disse, à derrota do Hamas. Ele acredita que isso também nos ajudará a resgatar os reféns. Eu concordo com ele. Não vamos vacilar nessa questão e não vamos abrir mão de nenhum deles. É isso que estamos fazendo – disse Netanyahu.
Nos últimos dias, dezenas de milhares de reservistas israelenses teriam sido convocados para participar dessa operação para “conquistar” o enclave palestino, de acordo com fontes oficiais israelenses. Essas fontes sugerem que a população remanescente no norte da Faixa terá que se deslocar para o sul.
Investigação sobre 7 de outubro
Netanyahu defendeu a necessidade de uma comissão imparcial de inquérito sobre o ataque de 7 de outubro de 2023 pelas milícias de Gaza, no qual 1,2 mil pessoas foram mortas, mas enfatizou que isso seria feito “depois que a guerra terminasse”.
– Estamos no limiar de uma grande operação em Gaza. Então, analisaremos a situação e teremos de analisar toda a cadeia, do primeiro-ministro para baixo. Para isso, é preciso que haja uma comissão aceita por toda a população, uma comissão especial de inquérito do Estado que inclua opiniões diferentes – argumentou.
Netanyahu pediu uma comissão que “reflita tanto a coalizão (governo) quanto a oposição”. “Acho que esse seria o melhor resultado. Essa é a recomendação”, acrescentou.
No total, a ofensiva israelense deixou mais de 52,5 mil pessoas mortas e 118.400 feridas desde 7 de outubro de 2023. Dessas, 2,4 mil pessoas foram mortas e 6,4 mil ficaram feridas desde que Israel rompeu um cessar-fogo que estava em vigor até 18 de março, de acordo com o último balanço das autoridades de saúde controladas pelo Hamas em Gaza.