Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Negócios de Lira levantam mais suspeitas de corrupção junto à PF

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Quarta, 28 de Junho de 2023 às 15:22, por: CdB

Os documentos foram encontrados com Luciano Cavalcante, conhecido como um assessor muito próximo a Lira, e com o motorista dele, Wanderson de Jesus, durante a Operação Hefesto, deflagrada no início de junho com o objetivo de investigar a suspeita de fraudes na compra de kits de robótica com recursos do Ministério da Educação.


Por Redação - de Brasília

Um acordo firmado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), com uma família do interior de Alagoas levantou suspeitas no inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF) sobre pagamentos de despesas pessoais do parlamentar. Os dados indicam que os compromissos financeiros foram quitados por um assessor de Lira, investigado por desvio de dinheiro público. A apuração veio a público na coluna do jornalista Rodrigo Rangel, no diário brasiliense ‘Metrópoles’, nesta quarta-feira.

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Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) é no alvo de um processo rumoroso na PF


Os documentos foram encontrados com Luciano Cavalcante, conhecido como um assessor muito próximo a Lira, e com o motorista dele, Wanderson de Jesus, durante a Operação Hefesto, deflagrada no início de junho com o objetivo de investigar a suspeita de fraudes na compra de kits de robótica com recursos do Ministério da Educação. O inquérito indica que o mesmo assessor apontado como participante do esquema gerenciava um fundo utilizado para pagar as contas pessoais de Lira.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação responsável pelas transferências de recursos sob investigação, era administrado na época pelos membros do PP, partido ao qual o presidente da Câmara é filiado. A PF suspeita que o esquema se estendia além disso, incluindo dinheiro desviado de outros órgãos administrados pelo partido.

Escândalos


O jornalista André Freire, no site de noticias Esquerda Online, constata que Lira “foi um dos grandes aliados de Bolsonaro, quando este esteve à frente da Presidência da República. Quando Lula ganha as eleições, o líder do Centrão e atual presidente reeleito da Câmara dos Deputados, ensaiou uma aproximação política com o novo governo, em nome de uma tal governabilidade”.

“Esta encenação deu resultado. Lira teve sua reeleição apoiada tanto pela bancada bolsonarista quanto pela maioria dos deputados do PT e dos partidos aliados ao governo. Felizmente, com a honrosa exceção do PSOL, que lançou a candidatura do companheiro Chico Alencar à presidência da Casa”, afirmou Freire, em artigo publicado nesta manhã.

Lira, no entanto, colocou as unhas de fora ao criar vários problemas para a tramitação de projetos de interesse do Executivo; “além de articular a aprovação de várias medidas contra o programa eleito nas urnas”, continua o articulista.

‘Rachadinhas’


“Estas movimentações demonstram que Lira quer manter o poder que adquiriu no governo Bolsonaro” mas, nas últimas semanas, tem frequentado as manchetes da mídia conservadora, “menos por suas atitudes políticas absurdas na Câmara e mais pelo envolvimento de seu nome em investigações e  escândalos de corrupção e até de acusação de agressão sexual contra a sua ex-esposa”, acrescenta.

Freire enumera os atos suspeitos que rondam a atuação do parlamentar. O primeiro deles é a venda de kits de robótica super faturados e pagamentos ilegais de contas pessoais. Em seguida, os escândalos das chamadas ‘rachadinhas’ na Assembleia Legislativa de Alagoas e nomeações irregulares na CBTU.

Há, ainda, o dinheiro vivo apreendido no aeroporto de Congonhas em 2012. Cinco anos depois do escândalo da rachadinha na assembleia Legislativa do Estado das Alagoas, outro assessor próximo de Lira, Jaymerson Amorim, foi flagrado com mais de R$ 100 mil reais, em dinheiro vivo, no Aeroporto de Congonhas em SP. Ele tentava embarcar para Brasília.

E, por último, a denúncia de estupro, agressões e ameaças a sua ex-mulher, Julyenne Lins. O nome de Lira aparece nas acusações de estupro contra Lins. A agressão sexual teria ocorrido em 2016, quando eles já não estavam mais casados. Ela já havia registrado um boletim de ocorrência policial contra Lira  em outras ocasiões. Mas, depois recuou. E, agora, alega que recuou a partir de sérias ameaças de Lira.

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