Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

O mundo bizarro da 'famiglia' Bolsonaro

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Quinta, 21 de Outubro de 2021 às 06:45, por: CdB

 

O que parece muito concreto é que a família que governa o BraZil se deslumbrou com o poder e demonstra isso sem nenhuma desfaçatez, agindo como “filhinhos do prefeito”, deambulam mundo afora fazendo o que querem e bem entendem.

Por Wellington Duarte– de Brasília

Como se estivéssemos em época de Momo, o senhor Eduardo “bananinha” Bolsonaro postou nas suas redes, uma foto fantasiado de sheik, junto com sua esposa e sua filha, ambas fantasiadas.
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Eduardo Bolsonaro em Dubai
Antes de achar que mais esse episódio é engraçado, é bom saber que este deputado federal fez essa patética foto na pequena Dubai, dos emirados que forma o Emirados Árabes Unidos, uma espécie de confederação de principados, governado por famílias, como deve ser sonhar “bananinha” para o seu pai. “Bananinha” estava, vejam só, a “serviço do governo”, para “atrair investimentos turísticos” para o BraZil e está numa comitiva, com mais 69 pessoas, entre elas o Secretário da Pesca, Jorge Seif, que também apareceu nas redes falando, com uma praia ao fundo, sobre as benesses dessa bizarrice e chegou a dizer, numa dessas lives bisonhas, que era um “trabalho-passeio”. O general de pijama, Mourão, também esteve por Dubai e, pela importância que está sendo dada para a Expo Dubai 2020, que culminará com a visita do Mandrião em 12/11, é de se imaginar que os gastos dessa nau de oportunistas, que já custou a bagatela de R$ 1,17 milhão, aumentará. Resta saber o que o vice-presidente foi fazer lá.

“Filhinhos do prefeito”

O que parece muito concreto é que a família que governa o BraZil se deslumbrou com o poder e demonstra isso sem nenhuma desfaçatez, agindo como “filhinhos do prefeito”, deambulam mundo afora fazendo o que querem e bem entendem; cometem várias irregularidades e atacam pessoas e instituições; e usam suas redes sociais para fazer o esporte favorito dessa “famiglia”: mentir. Esses deslumbrados formam uma espécie de horda que, como gafanhotos esfomeados, avançam sobre o erário público, enquanto os brasileiros mais pobres estão literalmente comendo osso; os cidadãos de classe média estão experimentando o gostinho amargo do preço dos combustíveis e o dólar azedo, que impede suas viagens pelo mundo (leia-se Disneylândia). Olhando para que Bolsonaro, seus filhos e agregados, e toda a caterva que o rodeia, desde quando começaram a pilhar esse país, em janeiro de 2019, veremos que o país foi atacado não apenas pelo vírus Sars-CoV-2, que já ceifou mais de 600 mil vidas, mas também pela praga bolsonarista, que ajudou a pandemia; destruiu todos os alicerces da economia; devastou o meio-ambiente; lançou milhões de pessoas na miséria; e ainda “trabalha” diariamente para não fazer nada.

Erros mais catastróficos

Bolsonaro é um dos erros mais catastróficos já produzidos pela política braZileira. Ele governa para “o seu povo” e, como está muito claro nas suas palavras, o “resto que se dane”. A prova disso é que seu governo já lavou as mãos no que refere a tentar melhorar a economia desse país e Guedes se limitar a falar baboseiras diárias, sempre respaldadas pelos meios de comunicação corporativos. Nada de efetivo ou eficaz. Com o esfriamento das manifestações do “Fora Bolsonaro”, na prática já sem muito sentido, e com Ciro Gomes atuando como metralhadora giratória, a oposição, dividida como sempre, tenta construir suas alternativas, sendo que a tal “terceira via”, agora bancada pelo Sistema Globo, tenta se viabilizar eleitoralmente. Mas…e o povo? E os pobres? E os miseráveis? E a fome? E o desemprego? E o desespero? Parece que a via crucis do brasileiro continuará até fins de 2023, pois qualquer governo que assuma esse país, em janeiro de desse ano citado, terá de reconstruir todo um país.

Wellington Duarte, é professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Gande do Norte - UFRN, doutor em Ciência Política e presidente do Sindicato dos Professores da UFRN (ADURN-sindicato).

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