Rio de Janeiro, 09 de Setembro de 2025

Moscou rechaça ordem de corte da ONU para suspender invasão

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Quinta, 17 de Março de 2022 às 08:14, por: CdB

 

Na quarta-feira, a Corte Internacional de Justiça havia determinado que a Rússia suspendesse a invasão imediatamente, após um pedido do governo da Ucrânia, que acusa Moscou de justificar a guerra com o falso argumento de que estaria ocorrendo um "genocídio" da população de etnia russa no Donbass.

Por Redação, com ANSA - de Moscou

A Rússia rechaçou nesta quinta-feira uma ordem da Corte Internacional de Justiça, principal órgão judicial das Nações Unidas (ONU), para suspender imediatamente a invasão na Ucrânia.
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Barreiras contra tanques em praça de Odessa, no sul da Ucrânia
– Não podemos levar essa decisão em consideração – disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que tanto Moscou quanto Kiev precisam entrar em acordo para interromper os combates. Na quarta-feira, a Corte Internacional de Justiça havia determinado que a Rússia suspendesse a invasão imediatamente, após um pedido do governo da Ucrânia, que acusa Moscou de justificar a guerra com o falso argumento de que estaria ocorrendo um "genocídio" da população de etnia russa no Donbass. – A ordem é vinculante sob a lei internacional, e a Rússia deve cumpri-la imediatamente – afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a decisão do tribunal.

ONU

O posicionamento da corte da ONU chega em meio aos avanços relatados tanto por Kiev quanto por Moscou nas negociações, embora os dois lados reconheçam estar longe de um acordo. – Devo ser claro: ambas as delegações, tanto a russa quanto a ucraniana, estão longe de alcançar um acordo sobre a situação atual – disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em entrevista à CNN. – Há uma série de fatores que fazem diferença na posição russa. O primeiro é a feroz resistência do Exército e do povo ucraniano, e o segundo são as sanções. Esses fatores obrigaram a Rússia a mudar ligeiramente sua posição, não é uma mudança dramática ou séria, mas, dadas as circunstâncias, qualquer mudança é construtiva – acrescentou Kuleba. Já o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, participou de uma videoconferência com o Parlamento Europeu e destacou que as prioridades atuais nas negociações são o cessar-fogo e os corredores humanitários. – Apenas em um segundo momento será possível trabalhar em termos de paz, mas o povo ucraniano não vai aceitar se render. As negociações estão em nível técnico, estão envolvidos juristas, políticos. Não quero entrar em detalhes, mas posso garantir que, até o momento, não há nenhum motivo para ficarmos satisfeitos – afirmou. Membros do governo ucraniano mostraram incômodo com a divulgação pelo jornal britânico Financial Times de um suposto plano de paz dividido em 15 pontos e que prevê um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas, mas desde que Kiev declare neutralidade, ou seja, desista de entrar para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e limite o tamanho de suas Forças Armadas. Além disso, a Ucrânia se comprometeria a não abrigar nenhuma base militar estrangeira e, em troca, obteria garantias de proteção por parte de países como Estados Unidos, Reino Unido e Turquia. De acordo com Mikhailo Podolyak, assessor de Zelensky, o rascunho divulgado pelo Financial Times representa apenas "a posição do lado russo". – O lado ucraniano tem suas próprias posições. As únicas coisas que confirmamos neste estágio são cessar-fogo, retirada das tropas russas e garantias de um certo número de países – declarou. As negociações devem continuar nesta quinta-feira. Até o momento, a guerra na Ucrânia já gerou 3,2 milhões de refugiados, sendo que 1,9 milhão cruzaram a fronteira com a Polônia.
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