O projeto do ministro Alexandre de Moraes está ligado às eleições deste ano no Brasil, que foram alvos constantes de mentiras acerca da higidez do sistema eleitoral. A disseminação das notícias falsas, no entanto, tem sido levada ao ridículo pelos próprios bolsonaristas.
Por Redação - de Brasília
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes manifestou ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião ocorrida na véspera, a intenção de criar uma comissão junto à sociedade civil de combate à desinformação. A ideia é que o Tribunal elabore um anteprojeto sobre as redes sociais para ser apreciado pelo Congresso Nacional. O projeto teria sido recebido com simpatia por Lula, segundo interlocutores do ministro.
O ministro Alexandre de Moraes é o relator dos processos contra o presidente Bolsonaro (PL)
O projeto está ligado às eleições deste ano no Brasil, que foram alvos constantes de mentiras acerca da higidez do sistema eleitoral. A disseminação das notícias falsas, no entanto, tem sido levada ao ridículo pelos próprios bolsonaristas. O vídeo de um manifestante extremista disparando mentiras grotescas contra o presidente eleito Lula viralizou nas redes, nas últimas horas.
O vídeo mostra a fala de um bolsonarista durante as manifestações golpistas contra o resultado das eleições alertando aos demais que Lula irá proibir a Netflix, a aquisição de televisões e de apartamentos com tamanho superior a 60 metros quadrados. Mas o que mais ganhou a gargalhada dos internautas foi a declaração do manifestante, ao dizer que sua mulher “poderá dividir o banheiro com um marmanjo”.
Bloqueios
A conivência entre organismos de Estado e manifestantes golpistas também está na mira do presidente do TSE. Mais de 90% das multas aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra os organizadores dos bloqueios antidemocráticos - promovidos por bolsonaristas que não aceitaram o resultado das eleições - foram emitidas após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ter determinado a desobstrução das rodovias e sinalizar que o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, poderia ser preso em caso de descumprimento da decisão.
Um documento enviado pela corporação ao STF, datado de 6 de novembro, indica a aplicação "55 multas para pessoas e empresas que organizaram os atos pelo país entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro. Apenas cinco das 55 multas (9%) foram aplicadas até as 21h do dia 31 de outubro, uma segunda-feira.
Naquele dia, pelo menos 23 estados e o Distrito Federal registraram mais de 300 estradas fechadas. Os bloqueios haviam começado um dia antes, em 30 de outubro, depois de confirmada a vitória de Lula (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais”.