Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Ministro do STF adianta que Corte debaterá o regime semipresidencial

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Quinta, 23 de Janeiro de 2025 às 16:28, por: CdB

A crítica às emendas parlamentares reflete uma das razões para o interesse no semipresidencialismo. Atualmente, os parlamentares podem direcionar recursos para projetos específicos sem que haja prestação de contas adequada, o que, segundo Gilmar, gera um “sistema em que o Legislativo exerce funções típicas do Executivo”.

Por Redação, com agências internacionais – de Genebra

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes declarou nesta quinta-feira que a adoção do semipresidencialismo no Brasil será um dos temas centrais a ser debatido, na Corte, em 2025. A declaração foi feita durante um fórum empresarial na Suíça, segundo informações do canal norte-americano de TV CNN. O ministro destacou que o atual modelo presidencialista do país apresenta falhas significativas, como o uso das emendas parlamentares, que segundo ele, são executadas “sem qualquer responsabilidade” pelos congressistas.

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Ministro do STF, Gilmar Mendes é hoje o decano da Corte Suprema

Gilmar Mendes relembrou debates anteriores sobre o semipresidencialismo, citando Michel Temer (MDB) como um dos interlocutores dessa discussão.

— Há reformas institucionais que também precisam ser discutidas. Michel (Temer), eu e outros discutimos no Brasil um pouco lá atrás e chegamos a formular um projeto de semipresidencialismo. (…) É um tema que certamente já está na agenda de 2025 e sobre o qual nós teremos que nos debruçar — adiantou.

Nesse modelo de governo, o presidente da República divide o poder com um primeiro-ministro, escolhido pelo Congresso. Enquanto o presidente atua como chefe de Estado, representando o país em eventos internacionais e desempenhando funções diplomáticas, o primeiro-ministro seria responsável pela condução do governo e pela gestão das políticas públicas.

 

Sistema

A proposta busca, entre outras coisas, redistribuir responsabilidades entre os Poderes e reduzir a instabilidade política gerada pelo atual sistema.

A crítica às emendas parlamentares reflete uma das razões para o interesse no semipresidencialismo. Atualmente, os parlamentares podem direcionar recursos para projetos específicos sem que haja prestação de contas adequada, o que, segundo Gilmar, gera um “sistema em que o Legislativo exerce funções típicas do Executivo”. A adoção do novo modelo, na visão do ministro, seria uma forma de promover maior eficiência e transparência na gestão pública.

Sob outro ângulo, o semipresidencialismo também apresenta pontos negativos. Há o risco de instabilidade política devido a possíveis conflitos entre o presidente e o primeiro-ministro, especialmente em cenários de divergência partidária. A divisão de responsabilidades pode aumentar a complexidade administrativa e dificultar a coordenação de políticas públicas; além de gerar burocracia excessiva.

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