Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Militares da Presidência estiveram em atos golpistas, diz relatório

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Sexta, 20 de Janeiro de 2023 às 11:42, por: CdB

Alguns militares, que estavam alocados principalmente no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), também participaram de grupos de WhatsApp em que a troca de mensagens apontavam para ameaças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e conteúdo antidemocrático.

Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília

Ao menos oito militares que trabalhavam na Presidência da República durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram de atos golpistas no acampamento de bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, de acordo com um relatório do Ministério da Justiça ao qual a Folha de S. Paulo teve acesso.

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Alguns militares, que estavam alocados principalmente no GSI, também participaram de grupos de WhatsApp com mensagens antidemocráticas

Alguns militares, que estavam alocados principalmente no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), também participaram de grupos de WhatsApp em que a troca de mensagens apontavam para ameaças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e conteúdo antidemocrático.

Nos grupos, imagens dos militares sem farda circulam entre as mensagens, encorajando os colegas a participarem dos atos com seus familiares.

Em uma das fotos estão o major Alexandre Nunes, identificado como pertencente ao Exército, que teria afirmado que Lula não subiria a rampa; o sargento da Marinha Márcio Valverde; e outro que se identifica como como sargento Azevedo, da Aeronáutica.  

Outro que aparece nos grupos é Ronaldo Ribeiro Travasso, que afirmou que dispararia um tiro contra o próprio irmão caso o mesmo fizesse o L. "Não tô falando isso de brincadeirinha, não, é sério. Quem faz o L é terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque não tem jeito uma pessoa dessa", diz Travasso.

PF prende assessor de bolsonarista por suspeita de financiar ato golpista

O assessor parlamentar do deputado estadual bolsonarista do Rio de Janeiro Filippe Poubel (PL), Carlos Victor de Carvalho, foi preso na quinta-feira pela Polícia Federal por suspeita de financiar o ato golpista do 8 de janeiro em Brasília.

Carvalho, conhecido como CVC, é uma das lideranças do grupo de extrema-direita "Direita Campos", de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Até antes da prisão, ele era considerado foragido.

CVC é o terceiro preso da Operação Ulysses, que investiga as lideranças que bloquearam as vias que passam por Campos dos Goytacazes, quem participou da organização dos atos em frente aos quartéis do Exército e se os investigados participaram de alguma maneira do 8 de janeiro. Já foram presos o subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior e a doceira Elizângela Cunha Pimentel Braga.

PF marca novo depoimento de Torres 

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, prestará um novo depoimento à Polícia Federal, na próxima segunda-feira, às 10h30. 

O novo depoimento foi solicitado pela própria defesa de Torres, segundo o documento assinado pelo delegado Raphael Soares Astini, que pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a autorização para a oitiva. 

Nesta quarta-feira, Torres se manteve em silêncio durante seu depoimento à PF. Ele está preso desde o dia 14 de janeiro por ordem do STF, acusado de omissão no contexto dos atos golpistas de bolsonaristas. 

No dia dos atos criminosos, Torres estava fora do país, supostamente de férias nos Estados Unidos. Segundo o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, no entanto, Torres não deveria estar de férias. "Viajou, inclusive sem estar de férias. As férias dele, publicadas no Diário Oficial, valiam a partir do dia 9. Então no dia 8, o secretário de segurança pública do Distrito Federal ainda era o senhor Anderson Torres", disse. 

Durante operação de busca e apreensão em sua casa, a Polícia Federal encontrou uma minuta de um decreto golpista. O documento autoriza Bolsonaro a declarar estado de defesa nas sedes do TSE para reverter o resultado da eleição presidencial do ano passado.  

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