Mandetta, por sua vez, informou aos parlamentares sobre o aviso ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto à produção da substância cloroquina pelo laboratório químico e farmacêutico do Exército. Segundo o ex-ministro, a ordem para o aumento da produção não partiu da Saúde.
Por Redação - de Brasília
A primeira sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, contou com o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Seu sucessor no cargo, o general Eduardo Pazuello, no entanto, negou-se a falar aos parlamentares. Segundo nota na mídia conservadora, ele estaria preocupado com uma possível voz de prisão, por parte de integrantes da CPI.
Mandetta, por sua vez, informou aos parlamentares sobre o aviso ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto à produção da substância cloroquina pelo laboratório químico e farmacêutico do Exército. Segundo o ex-ministro, a ordem para o aumento da produção não partiu da Saúde.
— A única orientação sobre cloroquina que partiu do Ministério foi sobre o uso compassivo, ou seja quando não há outro recurso, para pacientes graves em ambiente hospitalar. A cloroquina tem margem de segurança estreita. Ela tem uma série de reações adversas e cuidados que devem ser feitos. Poderia ser perigoso para as pessoas — afirmou.
Contaminado
Mandetta, ainda no depoimento, afirmou que ” Ministério da Saúde não só apresentou, como criou o conselho interministerial, depois um conselho com coordenação da Casa Civil (para discutir medidas de isolamento social). Houve reuniões com a presença do presidente”.
— No dia 28 de março, escrevi uma carta ao presidente. Pedi uma reunião no Alvorada com todos os ministros e entreguei a carta — informou.
O relator, Renan Calheiros, questionou se o Ministério recebeu alguma proposta técnica sobre a ideia de isolamento vertical, exclusivamente do grupo de risco da covid-19, por parte da Presidência. Mandetta negou.
— Não é novidade que havia por parte do presidente um outro olhar. Era constrangedor para um ministro do Saúde que a gente ia por um caminho e o presidente por outro — ressalta.
Reinfecção
Ainda nesta manhã, o também ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello informou que está com suspeita de covid-19 e, por isso, não comparecerá presencialmente ao Senado para prestar depoimento aos integrantes da CPI. Diante da negativa de Pazuello, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que aguardará o período de quarentena, para ouví-lo presencialmente.
— Ele (Pazuello) teve contato com dois coronéis auxiliares dele nesse fim de semana que estão com a covid. Segundo a informação que eu tenho, ele entrará em quarentena e não virá depor (nesta terça-feira) — concluiu Aziz.