Atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF) Fachin sucedeu Barroso no cargo. Moraes presidirá a corte eleitoral durante o pleito deste ano e também é relator de inquéritos no STF que investigam aliados de Bolsonaro e o próprio presidente.
Por Redação - de Brasília
Em mais uma tentativa de desestabilizar o sistema democrático brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, em especialos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Segundo o mandatário, não há mais lei no Brasil por parte do STF.
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Em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle, no Youtube, Bolsonaro citou uma série de alegações sabidamente falsas sobre o sistema eleitoral, como por exemplo a de que a eleição não é auditável e a de que a totalização dos votos é feita em uma "sala secreta”. Ele acusou Fachin, Moraes e Barroso de serem eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aliados
— Há muito tempo eles estão fora das quatro linhas. Não existe mais lei aqui no Brasil por parte do Supremo Tribunal Federal. Não existe. É uma obsessão para tentar me tirar daqui, ou me tornar inelegível, ou fazer com que eu perca as eleições — acusou Bolsonaro.
Atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF) Fachin sucedeu Barroso no cargo. Moraes presidirá a corte eleitoral durante o pleito deste ano e também é relator de inquéritos no STF que investigam aliados de Bolsonaro e o próprio presidente.
Bolsonaro tem usado esse discurso para mobilizar sua base, nas redes sociais. E parece que funciona. O mandatário teve o melhor desempenho, na internet, entre pré-candidatos no último mês, conforme indica o Índice de Popularidade Digital (IPD) calculado diariamente pela empresa de consultoria e pesquisa Quaest.
Performance
Bolsonaro liderou o ranking na maior parte do período analisado, de 18 de maio a 12 de junho, ainda que seu rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha registrado índices próximos e o tenha ultrapassado em alguns momentos. O indicador aponta, ainda, que nos últimos dias a performance do petista nas redes sofreu uma queda, enquanto Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT) registraram crescimento com viagens.
A piora de Lula ocorre após ele contrair covid-19 e cancelar agendas e mesmo com a divulgação de uma prévia de seu programa de governo. Na véspera, ele afirmou que fez novo teste, que deu negativo, e vai reiniciar visitas a Minas Gerais e ao Nordeste.
A confirmação da doença ainda gerou uma série de comentários e especulações na internet sobre a idade e a saúde do ex-presidente, que tem 76 anos, destaca o cientista político e estatístico Felipe Nunes, diretor da Quaest e responsável pelo IPD.
Comentários
O número do índice, que vai de 0 a 100, ajuda a sentir a temperatura da corrida eleitoral. Ele é calculado desde 2018 por meio de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis de seis sites: Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google.
São monitoradas seis dimensões: presença digital (perfis ativos), fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).
No último domingo, data mais recente da análise, Bolsonaro tinha 33 pontos, contra 29,4 de Lula. Ciro aparecia em terceiro, com 23,2, e se destacava por ser a opção da terceira via que mais apresentou crescimento na segunda semana de junho.
Pré-candidatos
“A subida pode ter sido impulsionada por uma série de viagens do pedetista ao Rio Grande do Sul, onde deu entrevistas e se encontrou com empresários e pré-candidatos locais em cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas e Novo Hamburgo.
Em seguida vêm André Janones (do Avante, com 16,5 pontos), Luciano Bivar (União Brasil, com 10,9) e Pablo Marçal (Pros, com 9,1). Só então aparece Simone Tebet (MDB), que mostra ainda pouca penetração nas redes sociais, com índice de 7,2.
Bolsonaro viu melhora no índice após seu primeiro encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden, durante a Cúpula das Américas em Los Angeles na última quinta (9), e uma motociata em Orlando para a inauguração de um vice-consulado do Brasil no sábado (11).
Ele também teve um crescimento significativo no dia 24 de maio, quando parabenizou a Polícia Militar do Rio de Janeiro por uma operação que deixou 23 mortos na Vila Cruzeiro, parte do complexo de favelas da Penha, na zona norte carioca”, resumiu o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, onde a pesquisa foi publicada nesta manhã.