Um dia após ter dito que é favorável à quebra das patentes de vacinas antcovid, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira que o problema da falta de doses no mundo não está na propriedade intelectual.
Por Redação, com ANSA - de Paris
Um dia após ter dito que é favorável à quebra das patentes de vacinas antcovid, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira que o problema da falta de doses no mundo não está na propriedade intelectual.
Macron no Porto para cúpula de líderes europeus
Além disso, o mandatário fez um apelo para que os "anglo-saxões", ou seja, EUA e Reino Unido, parem de "bloquear" a exportação de vacinas e de ingredientes necessários para sua produção.
– Para que a vacina circule, não se pode bloquear os ingredientes e as próprias vacinas. Hoje, os anglo-saxões bloqueiam muitos desses ingredientes e vacinas. 100% das vacinas produzidas nos Estados Unidos vão para o mercado americano – disse Macron ao chegar a uma cúpula de líderes da União Europeia no Porto, em Portugal, que servirá para discutir o assunto.
– O problema não é a propriedade intelectual – acrescentou. A proposta de quebra temporária de patentes de vacinas anticovid foi encampada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, após o país ter imunizado ao menos parcialmente cerca de 45% de sua população, mas ainda encontra resistência na UE.
– Falta capacidade produtiva, o problema não é a liberação das patentes – afirmou Ulrike Demmer, porta-voz da chanceler da Alemanha, Angela Merkel - o país é casa de dois fabricantes de vacinas anticovid contratadas pela UE: Biontech (em parceria com a Pfizer) e CureVac.
Quebra das patentes
A Itália, por sua vez, sinalizou apoio à quebra das patentes. "Todos os Estados devem ter a mesma oportunidade, então é fundamental liberar a produção", declarou o chanceler italiano, Luigi Di Maio, na quinta.
Ao longo dos últimos meses, a UE já havia criticado o Reino Unido por bloquear a exportação de vacinas da AstraZeneca ao bloco, o que teria sido um dos motivos para os constantes atrasos na distribuição do imunizante entre os Estados-membros.
Até o momento, já foram aplicadas cerca de 1,24 bilhão de doses de vacinas anticovid em todo o mundo, mas somente 19,5 milhões (1,6%) na África, embora o continente abrigue mais de 15% da população global.