Três temas constavam na pauta. A defesa da democracia e do multilateralismo; o combate às desigualdades; e o enfrentamento à desinformação e as tecnologias digitais foram temas abordados por todos os chefes de Estado.
Por Redação, com ABr – de Santiago
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta segunda-feira, no Chile, de uma reunião de alto nível sobre a defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric. Também estiveram presentes os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do Uruguai, Yamandú Orsi, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz,.

Três temas constavam na pauta. A defesa da democracia e do multilateralismo; o combate às desigualdades; e o enfrentamento à desinformação e as tecnologias digitais foram temas abordados por todos os chefes de Estado.
A reunião, reservada para os chefes de Estado, foi seguida de um encontro com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de centros de pesquisa.
Extremismo
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a reunião é uma continuidade do encontro “em defesa da democracia – lutando contra o extremismo”, realizado em 2024, após convocação do presidente Lula e do presidente da Espanha, Pedro Sánchez. Uma outra edição desta iniciativa irá ocorrer durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em setembro deste ano.
Em sua participação no encontro, diante a escalada da crise com os Estados Unidos, o presidente brasileiro abordou as ameaças à democracia e saiu em defesa da soberania nacional, mas evitou citar, diretamente, o presidente norte-americano, Donald Trump.
Embora Trump não tenha sido citado, nominalmente, tornou-se “inevitável” que tarifaço de Trump aos produtos brasileiros fosse abordado ao longo a viagem ao Chile, tanto com os demais líderes, mas também em eventuais declarações à imprensa. Lula, no entanto, reforçou a linha adotada desde o início da crise com os
EUA e reforçou a posição nacionalista.
Judiciário
Na última quinta-feira, Lula classificou como “chantagem inaceitável” a aplicação de tarifa de 50% a produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Mais uma vez, sem citar nomes, ele ainda chamou de “traidores da pátria” aqueles que apoiam as medidas de Trump, a exemplo do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) e o filho ’03’, como é conhecido o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O presidente também ressaltou seu apoio ao Judiciário brasileiro, dizendo que a tentativa de interferência externa é um “grave atentado à soberania nacional”. No sábado, Lula, em nota oficial, classificou como “medida arbitrária e completamente sem fundamento” o anúncio do secretário de Estado norte-americano de retirar os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao final do encontro, os líderes divulgaram um posicionamento unificado em defesa do multilateralismo, da democracia, combate à desigualdades, tecnologia digitais e enfrentamento à desinformação.