Lula foi enfático ao se comprometer com um “revogaço” dos decretos e medidas do governo de Jair Bolsonaro que trouxeram retrocessos, violações e violência à vida dos povos indígenas. É o caso do desmonte da Funai, da paralisação das demarcações, do sucateamento das unidades de saúde indígena e da invasão de seus territórios.
Por Redação, com RBA - de Brasília
Em visita ao acampamento Terra Livre nesta terça-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu, se eleito presidente nas eleições deste ano, que os povos indígenas terão uma pasta específica para tratar de suas questões.
Lula firmou compromisso com as tribos indígenas de instalar um ministério específico para os povos originários do Brasil
— Vocês se preparem. Algum índio ou índia ocupará o ministério — disse o pré-candidato do PT, sob muito aplauso do plenário formado por cerca de 7 mil representantes de mais de 200 povos de todo o país, reunidos em Brasília desde o último dia 4.
Lula foi enfático ao se comprometer com um “revogaço” dos decretos e medidas do governo de Jair Bolsonaro que trouxeram retrocessos, violações e violência à vida dos povos indígenas. É o caso do desmonte da Funai, da paralisação das demarcações, do sucateamento das unidades de saúde indígena e da invasão de seus territórios, cada vez mais comum, por garimpeiros, desmatadores, grileiros e demais agentes que trazem conflitos, fome e estupros contra as mulheres indígenas.
Humanista
Lula disse também que representantes indígenas participarão da equipe que trabalhará na construção de propostas para o país a partir de janeiro próximo, caso seja eleito. E que busca um projeto de nação oposto ao do atual governo, que descreveu como baseado na violência, na defesa do uso de armas, usadas muitas vezes contra os povos indígenas em seus próprios territórios.
— Queremos que seja um governo humanista, com afeto, com carinho, amor, compreensão. E não bala. E não queremos invasão em terras indígenas — acentuou. Antes do discurso do ex-presidente, líderes indígenas que participaram do ato pediram que ele se comprometesse em dar andamento aos mais de 400 processos de demarcação de terras indígenas que estão parados na Fundação Nacional do Índio (Funai).
Também foi pedida garantia de direitos, como à saúde, à educação, inclusive superior, com acesso a programas de permanência na universidade, e de segurança em suas terras. Em sua participação, a ativista Sonia Guajajara, que deverá disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PSOL paulista, cobrou de Lula um ministério para os povos originários.
A necessidade de ampliar a representação indígena no Congresso e nos legislativos estaduais também foi reforçada por todos os líderes nativos, juntamente com o voto ao pré-candidato petista, para a reconstrução das políticas públicas de direitos humanos, meio ambiente, saúde, educação, cultura, segurança, trabalho e renda.