Rio de Janeiro, 09 de Setembro de 2025

Lula mostra firmeza em último debate e não leva desaforo para casa

Arquivado em:
Sexta, 30 de Setembro de 2022 às 11:59, por: CdB

O último confronto, iniciado na noite passada e encerrado à 1h40 desta sexta-feira, teve momentos tensos e até grotescos. Ainda assim, a principal pergunta: “o confrontos provocará um segundo turno?” permanece indefinida.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
Na penúltima cena antes do clímax destas eleições, que é a declaração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o encerramento da votação e a proclamação dos resultados, o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva desmascarou, na noite passada, o preposto do adversário Jair Bolsonaro (PL), o autodeclarado padre Kelmon Luís da Silva Souza (PTB). Durante o debate no canal da TV aberta Globo, Lula confrontou seus concorrentes e garantiu a liderança absoluta na corrida eleitoral.
lula-debate.jpg
Lula (PT) se irritou com o suposto padre que servia de linha auxiliar para o presidente Jair Bolsonaro (PL)
O último confronto, iniciado na noite passada e encerrado à 1h40 desta sexta-feira, teve momentos tensos e até grotescos. Ainda assim, a principal pergunta: “o confrontos provocará um segundo turno?” permanece indefinida. Hostilizado por Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon, Ciro Gomes (PDT), Felipe d’Avila (Novo) e, em menor intensidade, criticado por Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (UB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resistiu, não titubeou, nem perdeu pontos. Com uma atitude firme, o ex-presidente frustrou o principal objetivo de Bolsonaro, o de tirar pontos de Lula, que lidera todas as pesquisas. Atacado por todos os lados, Lula soube fazer a defesa dos seus governos e não partiu para o ataque. Mas reagiu de forma incisiva tanto a questionamentos plausíveis, como a acusações delirantes.

Economia

Bolsonaro também foi criticado por quase todos, salvo nas dobradinhas com Padre Kelmon, que tumultuou o debate o quanto pôde, ou nos afagos ultraliberais com o candidato Felipe d’Avila (Novo). Bolsonaro rebateu com as fake news de sempre, negando a má gestão da pandemia, os escândalos de corrupção que atingem ele e sua família, o desmatamento e as queimadas na Amazônia, dentre outras questões graves do seu governo. Disse que a economia “está se recuperando“. E não respondeu se pretende dar um “golpe” caso perca as eleições, ou se tomou ou não a vacina contra a covid-19. Segundo pesquisas realizadas nos principais comitês de campanha, Bolsonaro permaneceu estagnado e não conseguiu tomar os pontos de Lula. Este, por sua vez, ainda pode ter tirado mais alguns eleitores de Ciro, que preferem evitar segundo turno. Essa definição, portanto, ficará para o embate nas redes sociais, uma vez que a campanha eleitoral, oficialmente, está encerrada.

Respostas

Na abertura, logo no primeiro bloco, a direção do debate concedeu a Lula três direitos de resposta, após agressões do atual presidente. Chamado de “chefe de quadrilha” em pergunta de Kelmon, o “padre de festa junina”, “candidato-laranja” e “padre de mentira”, segundo Soraya Thronicke, o ex-presidente Lula não se calou. — Falar de quadrilha comigo? Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele — rebateu Lula. O petista citou, ainda, os escândalos da “rachadinha“, das “barras de ouro” no Ministério da Educação e dos esquema de “1 dólar para a compra de vacinas”, denunciado pela CPI da Covid. — Se quiser pedir direito de resposta, peça para a CPI. Você, quando vier no microfone, se comporte com respeito com quem está assistindo. Não minta. Você mente toda hora, descaradamente — repreendeu o petista, dirigindo-se a Bolsonaro. Na tréplica do direito de resposta, o mandatário neofascista acusou seu antecessor por supostos desvios no Consórcio do Nordeste. — É uma insanidade um presidente da República dizer o que ele fala, com a maior desfaçatez. É por isso que no dia 2 de outubro o povo vai te mandar para casa. E vou fazer um decreto, acabando com seus sigilos de 100 anos — rebateu Lula.

Mentiras em série

Na sequência, em pergunta a Simone Tebet (MDB), Bolsonaro voltou à carga contra Lula. No seu nível mais baixo, usou a vice de Simone, Mara Gabrilli, que é de Santo André, no ABC paulista, para acusar Lula de ser “mandante” do assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. — Celso Daniel era meu amigo, o melhor gestor público que esse país teve — contrapôs Lula, lembrando que o ex-prefeito coordenava seu plano de governo, em 2002. E destacou que tanto a Polícia Civil de São Paulo como o Ministério Público (MP-SP) concluíram se tratar de um crime comum. — Pare de mentir, porque o povo não suporta mais — acrescentou o petista.

Picanha

Mas foi contra Ciro Gomes (PDT), primeiro a perguntar a Lula citando “fracasso” econômico dos governos do PT, que Lula deixou clara sua intenção de não levar desaforo para casa. O líder nas pesquisas destacou que, nos seus governos, “os mais pobres tiveram 80% de aumento na sua renda, ante 20% dos mais ricos”, criou 22 milhões de empregos e o salário mínimo teve 77% de aumento real. — As pessoas puderam comprar televisão nova, geladeira nova, carro novo, comer picanha, que você não gosta que eu fale, porque talvez coma algo melhor do que picanha — interpelou. E destacou que o Brasil era “motivo de orgulho”, respeitado pelo mundo inteiro por conta do sucesso dos seus programas de inclusão social. Ao encerrar sua participação, nos minutos finais, Lula dividiu os candidatos ao Planalto entre aqueles que já mostraram “resultados”, os que prometem, e o que governa atualmente. Disse ainda que o povo vai ter “facilidade” de escolher no próximo domingo.
Edições digital e impressa
 
 

 

 

Jornal Correio do Brasil - 2025

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo