Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Lula concorda em formar uma frente ampla de esquerda, mas coloca algumas condições

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Quarta, 07 de Outubro de 2020 às 16:58, por: CdB

"Se quiserem fazer frente ampla pra que os ricos paguem impostos, estou disposto. Mas fazer arranjo por cima sem dizer o que vai acontecer com o povo pobre... Desculpa, já tenho idade demais pra isso", afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira, ser favorável a uma Frente Ampla para retomar os direitos sociais e “fazer com que os ricos paguem mais impostos”. O líder petista acredita que o governo deva aplicar mais recursos para a geração de empregos e o crescimento da economia brasileira.
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Lula tem sido chamado para a mesa de negociação entre os partidos da centro-esquerda, para a formação de uma frente única contra o fascismo
— Se quiserem fazer frente ampla pra que os ricos paguem impostos, estou disposto. Mas fazer arranjo por cima sem dizer o que vai acontecer com o povo pobre... Desculpa, já tenho idade demais pra isso. Só faço frente ampla se for pra devolver os direitos do povo trabalhador — disse o ex-presidente, em entrevista a jornalistas. Lula voltou a criticar o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao afirmar que ele "parece uma biruta de aeroporto”. — Ele se mexe de acordo com o vento, cada dia fala uma coisa — afirmou.

Confiança

Segundo Lula, os investidores internacionais perderam a confiança necessária na política econômica do governo para continuar a aplicar seus recursos no Brasil.  — Consertamos o Brasil, levamos o Brasil à quinta economia mundial. Para governar um país é preciso duas palavras mágicas: uma é credibilidade e a outra é passar a ideia de que não vai mudar a regra do jogo à noite — acrescentou. Na opinião do ex-presidente, “o Guedes parece precisa garantir que as coisas vão ter regras”. — Se não tiver isso não passa confiança para a Bolsa, para o trabalhador, para a imprensa, para os economistas. E esse governo não passa confiança. O que faz é vender nosso patrimônio público — acrescentou, referindo-se às tentativas de o governo privatizar patrimônio público.

Sobrevivente

Ainda conforme Lula, o governo Jair Bolsonaro vem passando a mensagem de que “só vai sobreviver quem puder sobreviver”. — O restante que se dane. Não é bem assim. Todo mundo tem que ter direito de tomar café, de jantar, de entrar numa universidade, ter acesso à ciência e à tecnologia. Essa gente acha que quilombola, floresta, índio, água, trabalhador não têm de ser protegidos. Não pode continuar assim — concluiu.
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