Uma das ofensivas teve como alvo o complexo hospitalar Nasser em Khan Younis, no sul do enclave palestino, onde foram registrados 20 óbitos.
Por Redação, com ANSA – de Gaza
Ataques de Israel na Faixa de Gaza nesta segunda-feira deixaram dezenas de mortos, incluindo cinco jornalistas, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo Hamas.
Uma das ofensivas teve como alvo o complexo hospitalar Nasser em Khan Younis, no sul do enclave palestino, onde foram registrados 20 óbitos.
“O número provisório de mortos é de 20, incluindo profissionais de saúde, pacientes, jornalistas e membros da Defesa Civil, além de dezenas de feridos. Os bombardeios causaram pânico e caos, interrompendo o departamento de operações e privando pacientes e feridos do direito ao tratamento”, diz um comunicado do Ministério da Saúde do enclave palestino, administrado pelo Hamas, publicado no Telegram.
Mais cedo, à agência palestina de notícias Wafa relatou que ao menos nove civis morreram em ataques separados no território, incluindo cinco membros de uma família no bombardeio de uma casa na área de al-Karameh, a noroeste da Cidade de Gaza.
O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que todos os jornalistas mortos foram identificados e trabalhavam reportando a guerra em Gaza para jornais internacionais. Eles são: Hossam al-Masri, da agência Reuters; Mohammed Salama, do canal Al Jazeera, Miriam Abu Daqa, freelancer que trabalhava com a Associated Press; e Moz Abu Taha, do canal americano NBC.
O quinto jornalista morto foi confirmado posteriormente como Ahmed Abu Aziz, que perdeu a vida em decorrência dos ferimentos sofridos após os ataques, conforme noticiado pela Sky News.
Um médico do local, Saber al-Asmar, relatou que os pacientes sobreviventes estavam fugindo do local “com medo” de outro ataque.
Bombardeio
Segundo ele, o bombardeio ocorreu “enquanto estudantes, médicos e jornalistas estavam no hospital, simplesmente fazendo nosso trabalho com uma grave escassez de equipamentos, ferramentas e medicamentos”.
– A sala de cirurgia, especialmente pela manhã, fica lotada de estudantes de medicina, pacientes, médicos e enfermeiros. Eles estavam assistindo a palestras, enquanto jornalistas se preparavam para cobrir o que está acontecendo nos hospitais de Gaza – contou.
Além dos quatro jornalistas mortos, outro repórter da Reuters, Hatem Khaled, também ficou ferido e a agência disse que está “devastada” e busca “urgentemente” mais informações. Além disso, pediu ajuda de Israel e das autoridades palestinas para socorrê-lo.
Por sua vez, o Exército israelense anunciou uma investigação sobre o duplo ataque lançado hoje ao Hospital Nasser, no sul de Gaza.
“As Forças de Defesa de Israel (IDF) lamentam qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos e não tem jornalistas como alvo. As IDF atuam para mitigar ao máximo os danos a indivíduos não envolvidos, garantindo ao mesmo tempo a segurança de suas tropas”, diz um comunicado oficial.
As novas mortes de jornalistas ocorrem duas semanas depois que outros cinco repórteres da Al Jazeera perderam a vida em um ataque na Cidade de Gaza. Na ocasião, o governo de Israel alegou que um deles era “membro do Hamas”.
Observadores da mídia divulgaram que aproximadamente 200 jornalistas foram mortos em quase dois anos de guerra entre Israel e o Hamas.