Rio de Janeiro, 04 de Julho de 2025

Jornalismo cultural brasileiro perde Deborah Dumar, aos 68 anos

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Quarta, 02 de Julho de 2025 às 18:15, por: Gilberto de Souza

Filha da produtora de teatro e shows Norma Dumar e sobrinha do jornalista Antônio Carlos Lourenço, Deborah tinha trânsito livre entre artistas e celebridades.

Por Redação – do Rio de Janeiro

O jornalismo brasileiro perdeu, nesta quarta-feira, uma de suas maiores editoras de Cultura. Deborah Dumar, aos 68 anos, faleceu vítima de uma grave infecção pulmonar. Deborah editou o Caderno B do Jornal do Brasil, o Caderno de Cultura da Tribuna da Imprensa e do diário conservador carioca O Globo, ao longo de sua carreira. Filha da produtora de teatro e shows Norma Dumar e sobrinha do jornalista Antônio Carlos Lourenço, Deborah tinha trânsito livre entre artistas e celebridades. Após se formar em Jornalismo, foi trabalhar no Jornal do Brasil, na Avenida Brasil, 500, em 1974, e o Caderno B foi o caminho natural.

Jornalismo cultural brasileiro perde Deborah Dumar, aos 68 anos | A jornalista Deborah Dumar foi uma referência para o noticiário cultural brasileiro
A jornalista Deborah Dumar foi uma referência para o noticiário cultural brasileiro

“Entusiasta do Carnaval, sua intimidade com as coxias do teatro e os artistas, e a “energia incrível” para encarar desafios, como recorda Beatriz Bonfim, chamaram a atenção de colegas mais veteranas do B, então comandado por Humberto Vasconcelos, como Norma Couri (a quem chamava de “mãe”) e Jouelle Roucheau, que recorda com saudade inúmeros carnavais que cobriram juntas”, lembra o editor-chefe do JB, jornalista Gilberto Menezes Côrtes.

Na Glória

“Vem dessa época, aliás, muitas das histórias com que divertia os amigos. Como a da matéria feita com um cantor hoje consagrado (e já com 72 anos) que, na época, iniciava-se na carreira. No dia em que a pauta foi publicada, ela recebe na sua mesa telefonema do artista reclamando que o texto deveria ter sido publicado na capa do B. Ainda no JB, ela ficou toda contente ao ser escalada para cobrir um festival de jazz na cidade. A alegria acabou quando soube que ficaria do lado de fora, abordando quem abandonasse o show. Dumar achou um absurdo e, à noite, viu que seu editor tinha razão. A debandada foi grande, e ela fez então um dos muitos textos criativos da sua carreira”, rememora o também jornalista Christovam de Chevalier, editor do blog NewMag.

Moradora da Glória, Dumar era muito popular no bairro e mantinha mesa cativa no bar e restaurante Vila Rica, esquina das ruas da Glória e Cândido Mendes, onde morava. O velório será nesta quinta-feira, no Memorial do Carmo, no Caju, com início às 10h30.

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