Rio de Janeiro, 13 de Junho de 2025

Japão desenvolve plástico que se decompõe na água do mar, em horas

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Quarta, 04 de Junho de 2025 às 12:39, por: CdB

Em um laboratório na cidade de Wako, perto de Tóquio, a equipe demonstrou que um pequeno pedaço de plástico desapareceu em um recipiente com água salgada depois de ser agitado por cerca de uma hora.

Por Redação, com Reuters – de Tóquio

Pesquisadores japoneses desenvolveram um plástico que se dissolve na água do mar em poucas horas, oferecendo uma possível solução para um problema moderno que polui os oceanos e prejudica a vida selvagem.

Japão desenvolve plástico que se decompõe na água do mar, em horas | Takuzo Aida, do Centro de Ciência de Materiais Emergentes RIKEN, exibe plástico que se dissolve em água do mar
Takuzo Aida, do Centro de Ciência de Materiais Emergentes RIKEN, exibe plástico que se dissolve em água do mar

Embora os cientistas já tenham feito experimentos com plásticos biodegradáveis há muito tempo, os pesquisadores do RIKEN Center for Emergent Matter Science e da Universidade de Tóquio afirmam que seu novo material se decompõe muito mais rapidamente e não deixa nenhum vestígio residual.

Em um laboratório na cidade de Wako, perto de Tóquio, a equipe demonstrou que um pequeno pedaço de plástico desapareceu em um recipiente com água salgada depois de ser agitado por cerca de uma hora.

Embora a equipe ainda não tenha detalhado nenhum plano de comercialização, o líder do projeto, Takuzo Aida, disse que a pesquisa atraiu um interesse significativo, inclusive do setor de embalagens.

Cientistas de todo o mundo estão correndo para desenvolver soluções inovadoras para a crescente crise do lixo plástico, um esforço defendido por campanhas de conscientização, como o Dia Mundial do Meio Ambiente, que acontece em 5 de junho.

Poluição plástica

A poluição plástica deverá triplicar até 2040, segundo previsão do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, adicionando de 23 a 37 milhões de toneladas de resíduos aos oceanos do mundo a cada ano.

– As crianças não podem escolher o planeta em que viverão. É nosso dever, como cientistas, garantir que as deixemos com o melhor ambiente possível – disse Aida.

Aida disse que o novo material é tão forte quanto os plásticos derivados do petróleo, mas se decompõe em seus componentes originais quando exposto ao sal. Esses componentes podem então ser processados por bactérias naturais, evitando assim a geração de microplásticos que podem prejudicar a vida aquática e entrar na cadeia alimentar.

Como o sal também está presente no solo, um pedaço de cerca de cinco centímetros se desintegra em terra após mais de 200 horas de exposição, acrescentou.

O material pode ser usado como plástico comum quando revestido, e a equipe está concentrando sua pesquisa atual nos melhores métodos de revestimento, disse Aida. O plástico não é tóxico, não é inflamável e não emite dióxido de carbono, acrescentou.

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