O ministro italiano dos Esportes, Andrea Abodi, lamentou o episódio: "O racismo é insuportável em qualquer lugar, ainda mais num campo de futebol, um local esportivo.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O clube italiano Alessandria denunciou que uma das jogadoras de seu time feminino, a atleta de 18 anos Awa Sylla, foi vítima de um insulto racista durante uma partida contra o Torino Women no domingo.

Segundo uma publicação do clube nas redes sociais, Sylla foi "seguida e depois ofendida com a frase 'negra de m****' por uma adversária".
"É um comportamento inaceitável e em desacordo com um lugar como o esporte", escreveu a sociedade do Piemonte, lançando a hashtag #SiamoTuttiSylla (#SomosTodosSylla, em português).
– Para mim o esporte é respeito e diversão. Eu não condeno todo o clube, somente a autora do gesto, totalmente inútil e fora de lugar. Foi intencional, me seguiu de propósito para me ofender e insultar, embora eu não tivesse dito nada a ela. Eu não reagi, mas aquela frase me fez verdadeiramente mal – disse Awa Sylla nas redes do Alessandria.
– Além disso, o árbitro estava atrás de mim. Olhei para ele e perguntei se ouviu, mas ele disse que não e que falaríamos ao fim da partida. Obviamente isso não aconteceu. É inaceitável, peço à Federação que tome providências – concluiu a jogadora.
Os dois clubes se enfrentaram em partida na categoria Eccelenza (Excelência, em português), que é a quarta divisão do futebol feminino italiano.
À agência italiana de notícias ANSA confirmou que a procuradoria federal da Federação Italiana de Futebol abriu uma investigação sobre o episódio. A atleta será ouvida pelos investigadores ainda na segunda-feira.
O racismo
O ministro italiano dos Esportes, Andrea Abodi, lamentou o episódio: "O racismo é insuportável em qualquer lugar, ainda mais num campo de futebol, um local esportivo. Tenho certeza de que os fatos serão esclarecidos brevemente, com decisões adequadas tomadas em consequência".
– Certas palavras, certas frases, não podem ser mais toleradas em 2023. O clube fez bem em denunciar. Para derrotar essa praga social é fundamental a colaboração com os órgãos competentes para desenvolver o fator de alfabetização cívica e tomar medidas que contrastem com um fenômeno ainda presente, frequente demais, no esporte e não só – concluiu Abodi.