Os números atualizados integram a pesquisa ‘Comportamento e economia no pós-pandemia’, realizada pelo Instituto FSB. A pesquisa ouviu 2.015 pessoas, nos primeiros cinco dias de abril. Para 87% delas, os preços aumentaram muito nos últimos meses, enquanto 8% responderam que os preços cresceram um pouco.
Por Redação, com OESP - de Brasília e São Paulo
As persistentes altas nas taxas de inflação, sem levar em conta as sucessivas elevações de juros pelo Banco Central (BC), tem levado os brasileiros a perceber, no bolso, o peso da alta dos preços disseminada por todos os setores da economia. Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quarta-feira mostra que 95% das pessoas sentiram que tudo ficou mais caro, nos últimos seis meses. O percentual supera, de longe, os 73% registrados em novembro de 2021.
A inflação tem batido sucessivos recordes, ao longo dos últimos meses, apesar das altas consistentes nos juros
Os números atualizados integram a pesquisa ‘Comportamento e economia no pós-pandemia’, realizada pelo Instituto FSB. A pesquisa ouviu 2.015 pessoas, nos primeiros cinco dias de abril. Para 87% delas, os preços aumentaram muito nos últimos meses, enquanto 8% responderam que os preços cresceram um pouco. No levantamento de novembro, 51% apontaram uma elevação grande dos preços e 22% sentiram um pouco de aumento.
Ainda de acordo com o estudo, 76% dos entrevistados afirmaram que sua situação financeira foi afetada pela alta generalizada de preços, sendo que 54% já consideraram que suas finanças foram muito afetadas. O percentual total é semelhante aos 75% que se diziam impactos pela inflação em novembro, mas, naquela pesquisa, apenas 45% haviam apontado efeitos de maior magnitude sobre o orçamento doméstico.
Menos gastos
Mesmo após nove altas seguidas da Selic pelo Banco Central - de 2% ao ano para 11,75% - a perspectiva de novos aumentos na taxa básica de juros, a pesquisa mostra que 66% dos brasileiros esperam que a inflação continuará aumentando nos próximos seis meses, sendo que 43% acreditam que os preços ainda vão aumentar muito à frente. No levantamento anterior, de novembro, 54% dos entrevistados apostavam na piora da inflação e apenas 29% estavam no campo mais pessimista da resposta.
Embora mais pessoas percebam a alta da inflação e seus impactos na renda, diminuiu a quantidade de entrevistados que reduziram seus gastos. A pesquisa de abril mostra que 64% das famílias colocaram o pé no freio das despesas, ante 74% em novembro e 68% em julho do ano passado.
Considerando apenas os entrevistados que afirmaram ter reduzido gastos nos últimos seis meses, 49% fizeram um corte grande de despesas, sendo que 19% consideraram inclusive muito grande. Na pesquisa de novembro, 58% tinham feito grandes reduções de gastos, sendo maiores ainda para 20% delas.
A pesquisa mostra ainda que para 60% dos consultados agora, a redução de gastos será permanente. Além disso, 38% falam em continuar apertando as despesas nos próximos meses, enquanto apenas 11% enxergam espaço para gastar mais, em um curto espaço de tempo.