Os alemães têm a segunda maior reserva de ouro do mundo e os italianos, a terceira, com 3.352 toneladas e 2.452 toneladas, respectivamente, segundo dados do Conselho Mundial do Ouro.
Por Redação, com FT – de Berlim e Roma
Alemanha e Itália enfrentam apelos de setores econômicos para retirar seu ouro de Nova York (NY-EUA) após os ataques do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) e a entrada do país no conflito entre Israel e Irã.

Os alemães têm a segunda maior reserva de ouro do mundo e os italianos, a terceira, com 3.352 toneladas e 2.452 toneladas, respectivamente, segundo dados do Conselho Mundial do Ouro. Os dois países só estão atrás dos EUA e ambos dependem fortemente do Fed de Nova York como custodiante, cada um armazenando mais de um terço de seu ouro nos EUA. Juntos, o ouro armazenado nos EUA tem um valor de mercado superior a US$ 245 bilhões, de acordo com cálculos do Financial Times (FT).
Na Alemanha, a ideia de repatriar o ouro está atraindo apoio de ambos os extremos do espectro político.
— Precisamos abordar a questão se armazenar o ouro no exterior se tornou mais seguro e estável na última década ou não — disse Peter Gauweiler, um proeminente ex-deputado conservador da União Social Cristã da Baviera, enfatizou que o Bundesbank “não deve tomar atalhos” quando se trata de salvaguardar as reservas de ouro do país.
Recomendação
A Associação de Contribuintes da Europa enviou cartas aos ministérios das finanças e bancos centrais da Alemanha e da Itália, instando os formuladores de políticas a reconsiderarem sua dependência do Fed como custodiante de seu ouro.
— Estamos muito preocupados com Trump interferindo na independência do Federal Reserve. Nossa recomendação é trazer o ouro [alemão e italiano] para casa para garantir que os bancos centrais europeus tenham controle ilimitado sobre ele a qualquer momento — comentou Michael Jäger, presidente da associação.
O Bundesbank disse ao FT, em um comunicado, que “avalia regularmente os locais de armazenamento de suas reservas de ouro” com base em suas diretrizes de 2013, que se concentram não apenas na segurança, mas também na liquidez para “garantir que o ouro possa ser vendido ou trocado por moedas estrangeiras, se necessário”.
O Banco da Itália, o gabinete de Meloni e o ministério das finanças em Berlim se recusaram a comentar.