As companhias petroleiras e dirigentes sindicais se reuniram com um mediador nomeado pelo Estado para tentar encerrar a greve, que ameaça cortar a produção do maior produtor de petróleo e gás da Europa Ocidental em cerca de 25%.
Por Redação, com Reuters - de Oslo e Nova York, NY-EUA
Os petroleiros noruegueses estavam prestes a encerrar uma greve de 10 dias, ainda nesta sexta-feira, que mexeu com os preços da commodity, mundo afora. Um conjunto apresentado de novas propostas da indústria do petróleo parecia satisfatório, disse o chefe do sindicato Lederne à agência inglesa de notícias Reuters.
O petróleo é um dos principais responsáveis pela riqueza da Noruega
As companhias petroleiras e dirigentes sindicais se reuniram com um mediador nomeado pelo Estado para tentar encerrar a greve, que ameaça cortar a produção do maior produtor de petróleo e gás da Europa Ocidental em cerca de 25%. A Norwegian Oil and Gas Association (NOG, na sigla em inglês), que está liderando as negociações em nome das empresas, não respondeu de imediato ao pedido de comentários.
Seis campos offshore foram fechados, na segunda-feira, e outros sete estão programados para interromper as operações nos próximos dias. A interrupção produção de petróleo e gás deve crescer para 966 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) até 14 de outubro, de acordo com o NOG.
— Estamos recebendo uma nova proposta do NOG e espero que possamos ter um acordo hoje — disse o líder do Lederne, Audun Ingvartsen, à agência.
Em queda
Ingvartsen não revelou o conteúdo da proposta, que disse que levará algum tempo para ser analisada. Lederne quer igualar os salários e as condições dos trabalhadores de salas de controle em terra com os funcionários offshore, bem como aumentos salariais mais altos este ano do que os propostos pelas empresas de petróleo.
A reunião desta sexta-feira é a primeira com o mediador estadual desde que a greve foi anunciada em 30 de setembro, embora conversas informais tenham ocorrido.
Enquanto isso, os preços do petróleo caiam nesta sexta-feira, apagando uma alta anterior, mas ainda deixa ambos os benchmarks no caminho para seus maiores ganhos semanais desde o início de junho, devido a cortes de oferta causados por uma tempestade no Golfo do México e uma greve de trabalhadores offshore na Noruega.
Capacidade
O petróleo Brent recuava US$ 0,31, a US$ 43,03 por barril, às 9h19 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía US$ 0,34, a US$ 40,85 por barril. Ambos os contratos estão a caminho de ganhos semanais de cerca de 10%, o primeiro aumento em três semanas.
A companhia de petróleo norueguesa e autoridades trabalhistas disseram que se reunirão com um mediador nomeado pelo Estado nesta sexta-feira na tentativa de pôr fim à greve. Uma escalada poderia quase triplicar a interrupção existente se nenhuma solução for alcançada até 14 de outubro, levando o corte de capacidade total para cerca de 934 mil barris de óleo equivalente por dia.
No Golfo do México, o furacão Delta bloqueou 1,67 milhão de barris por dia, ou 92% da produção de petróleo do Golfo, o máximo desde 2005, durante o furacão Katrina. Os produtores também interromperam quase 62% da produção de gás natural da região, ou 1,675 bilhões de pés cúbicos por dia.
— Acreditamos que logo teremos uma correção do preço do petróleo quando a greve na Noruega for resolvida e quando o furacão nos EUA for embora... Esses níveis de preço de acima de US$ 40 são frágeis como vidro — concluiu o head de mercados de petróleo da Rystad, Bjornar Tonhaugen.