A maioria delas (34%) fica online de uma a duas horas por dia, enquanto os adolescentes, na faixa dos 13 a 17 anos, permanece conectada três horas por dia ou mais, em média. O ponto mais crítico está na mudança de comportamento dos jovens a partir dos 10 anos.
Por Redação, com Canaltech - de São Paulo
Uma pesquisa encomendada pelo Google junto à empresa de análise de dados Nielsen alertou que crianças e jovens com mais de 10 anos encontram uma queda drástica na supervisão de suas atividades online. O levantamento foi apresentado durante o evento Mais Seguro com o Google, realizado em São Paulo na quinta-feira, em que a nova Central de Transparência da gigante também foi apresentada, e indica ainda a necessidade de fortalecer a conscientização de pais e responsáveis sobre cibersegurança.

Os pesquisadores ouviram 1.820 responsáveis brasileiros de todas as classes socioeconômicas entre os dias 26 de junho e 7 de julho, com filhos entre 5 e 17 anos, e encontram dados alarmantes a respeito da segurança dos menores, 78% das crianças possui celular próprio, havendo o uso de mais dispositivos em idades maiores no Sudeste e nas classes mais altas. Além disso, 98% realiza mais o acesso à Internet em casa, ainda que a atividade online fora de casa cresça nas crianças mais velhas.
A maioria delas (34%) fica online de uma a duas horas por dia, enquanto os adolescentes, na faixa dos 13 a 17 anos, permanece conectada três horas por dia ou mais, em média. O ponto mais crítico está na mudança de comportamento dos jovens a partir dos 10 anos, fase em que apresentam maior autonomia e aumentam sua presença na internet. Mesmo que a preocupação dos responsáveis acompanhe esse aumento, curiosamente a supervisão da atividade online dos menores é reduzida nessa mesma idade.
A transformação gera apreensão em virtude do aumento da participação das crianças a partir dos 13 anos em redes sociais, com mais de 70% delas incorporando essas plataformas no uso da internet. Agrava a situação o fato de apenas 20% dos responsáveis admitirem a necessidade de se informarem melhor sobre cibersegurança, bem como a maior dependência de uma supervisão manual, sem apoio da tecnologia — apenas 17% dos entrevistados utilizam ferramentas de controle parental.
Dito isso, há a compreensão entre os participantes da importância do monitoramento, junto à necessidade de oferecer maior autonomia e liberdade dentro de certos limites, diante de determinadas preocupações. As principais delas descritas na pesquisa incluem o compartilhamento de dados pessoais (32%), ser vítima de assédio online (28%) e cair em golpes (16%).
Mais Seguro com o Google
Durante a apresentação no Mais Seguro com o Google, a gigante das buscas destacou fazer fortes investimentos em ferramentas que protejam crianças e adolescentes, e mostrou pretensões de intensificar o desenvolvimento de soluções que garantam a segurança dos jovens. A empresa também incentivou a divulgação das tecnologias de controle parental, para aumentar a conscientização dos responsáveis.
Alguns dos recursos destacados pela marca incluem o Google Family Link, aplicativo destinado a gerenciar os conteúdos e o tempo online das crianças; o Kids Space, experiência integrada em alguns tablets para ajudar na educação de menores de até 9 anos; o YouTube Kids, versão da plataforma de vídeos pensada para proporcionar uma experiência segura para os pequenos; e o SafeSearch, ativado automaticamente para as crianças, que borra imagens potencialmente explícitas.
O Google também fechou uma parceria com a Maurício de Sousa Produções para o lançamento de um gibi da Turma da Mônica que tenta informar de maneira mais simples elementos de segurança virtual aos jovens e seus responsáveis. A revista especial é gratuita, e será distribuída em instituições de ensino, escolas, organizações da sociedade civil com foco em direitos das crianças e adolescentes, além das entidades e institutos de pesquisa com foco em privacidade e proteção de dados, mas também pode ser acessada online.
Comentando a pesquisa, o engenheiro responsável pela área de Crianças e Famílias no Google Brasil, Bruno Diniz, reforçou o compromisso da gigante com a proteção dos jovens. "Entendemos que cada família tem sua própria relação com a tecnologia e, em respeito a isso, nossas ferramentas oferecem a flexibilidade de cada uma escolher qual forma mais adequada e segura para lidar com a internet. Com isso, esperamos contribuir com a criação de hábitos digitais saudáveis", concluiu.