Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Fraude levou Qualcomm a gastar US$ 150 milhões em patente própria

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Segunda, 15 de Agosto de 2022 às 09:59, por: CdB

No entanto, o acusado relatou que a patente seria criação de uma estudante canadense de pós-graduação. O movimento fez com que a Qualcomm adquirisse a startup da jovem a fim de ter direitos sobre o uso do método.

Por Redação, com Tecnoblog - de Los Angeles

Um ex-vice-presidente da Qualcomm está sendo acusado de fraude e lavagem de dinheiro no período no qual esteve à frente do setor de pesquisa e desenvolvimento da empresa. Segundo a investigação, Karim Arabi e mais três envolvidos armaram um esquema de compra de patente, que eles mesmo desenvolveram, por US$ 150 milhões.

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Chip desenvolvido pela Qualcomm

De acordo com reportagem publicada pelo Los Angeles Times, Arabi desenvolveu um método de testagem de processadores que seria mais rápido e mais eficiente enquanto funcionário da empresa.

No entanto, o acusado relatou que a patente seria criação de uma estudante canadense de pós-graduação. O movimento fez com que a Qualcomm adquirisse a startup da jovem a fim de ter direitos sobre o uso do método.

Após a aquisição, foi constatado que a canadense era irmã mais nova do então vice-presidente, e que ela não havia conhecimento algum da área de chips. Segundo o processo, Karim Arabi estaria envolvido na fundação da startup, tendo, inclusive, criado e-mails falsos para acobertar sua participação no negócio.

O contrato do ex-vice-presidente com a Qualcomm garantia que toda patente desenvolvida pelo engenheiro fosse de propriedade da empresa. Nesse caso, Arabi teria liderado o processo de compra de sua própria ideia.

Pena pode chegar a 20 anos de prisão

Ainda de acordo com a reportagem, o caso aconteceu em 2015, pouco antes do executivo deixar a empresa em 2016.

A acusação alega ainda que o ex-funcionário Ali Akbar Shokouhi também esteve envolvido no processo de criação da falsa startup, além de Sanjiv Taneja que teria sido o CEO da empresa.

Os quatro foram presos na última semana, incluindo Sheida Alan, irmã de Arabi, presa no Canadá e em processo de extradição para os Estados Unidos. Se condenados, a pena pode chegar a 20 anos prisão, além do pagamento de US$ 250 mil em multa, ou o dobro do valor obtido na fraude.

A acusação aponta ainda que o quarteto também fazia parte de um esquema de lavagem de dinheiro na compra de imóveis estrangeiros e em empréstimos sem juros.

Apesar do caso vir a tona agora, a Qualcomm já havia processado os envolvidos em 2017, porém, o caso foi arquivado em 2018.

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