Sábado, 12 de Fevereiro de 2022 às 13:55, por: CdB
O crime aconteceu na noite de quinta-feira, no Engenho Rocadorzinho, situado no município de Barreiros. O menino foi morto a tiros durante o ataque à casa de seu pai, Geovane Santos, por volta das 21h.
Por Redação, com RBA - de Recife
A Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares de Pernambuco (Fetape) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) prestam apoio à família e acompanham a investigação do assassinato de um menino de 9 anos, durante atentado à vida do líder comunitário Geovane da Silva Santos, presidente da Associação dos Agricultores da Zona da Mata pernambucana. Pistoleiros mascarados invadiram a casa de Santos, atirando.
O menino de 9 anos, filho de um líder comunitário, foi morto ao lado da mãe
O crime aconteceu na noite de quinta-feira, no Engenho Rocadorzinho, situado no município de Barreiros. O menino foi morto a tiros durante o ataque à casa de seu pai, Geovane Santos, por volta das 21h.
— Sete homens encapuzados e fortemente armados invadiram a casa do presidente da associação e atiraram no trabalhador rural, que foi atingido de raspão no ombro — relata uma fonte policial.
Em choque
Na sequência, eles atiraram no filho de Geovane, que tentava se esconder com a mãe embaixo de uma cama, onde foi alvejado e morto. Segundo informações de agricultores e agricultoras da localidade, a casa do presidente da associação já foi alvo de outros atentados.
— A família e a comunidade estão aterrorizadas e em estado de choque — acrescentou.
O corpo do menino foi enterrado na tarde passada, no Cemitério de Barreiros.
A região é um local de ocupação das famílias, como agricultores familiares, após falência das usinas de cana-de-açúcar, sem o devido pagamento aos trabalhadores.
Posseiros
“As organizações sociais cobram com veemência que investigações sejam imediatamente realizadas para apurar a sua eventual relação com o conflito agrário instaurado no local, sendo certo que, independente da motivação, é inadmissível e repugnante a invasão da casa de uma família e a execução cruel de uma criança”, afirma a Fetape, em nota.
A federação informa, ainda, que o Engenho Roncadorzinho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma massa falida administrada pela Justiça.
“A comunidade existe há 40 anos e abriga cerca de 400 trabalhadores rurais posseiros, sendo 150 delas crianças. Eles têm sido alvo de ameaças e ataques nos últimos anos, segundo a Fetape por empresas que exploram economicamente a área”, conclui a nota.