Ao longo dos dois primeiros dias de julgamento, surgiram especulações sobre uma possível anistia a Jair Bolsonaro (PL), uma ação que não só refletiria nos três Poderes, mas também nas eleições de 2026.
Por Redação – de Brasília
A articulação para uma possível anistia aos envolvidos no golpe de Estado fracassado no 8 de janeiro ganhou força nos bastidores de Brasília, com pressão de diversos setores da política. A movimentação ocorreu simultaneamente ao julgamento de sete réus acusados de envolvimento nos atos golpistas.

Ao longo dos dois primeiros dias de julgamento, surgiram especulações sobre uma possível anistia a Jair Bolsonaro (PL), uma ação que não só refletiria nos três Poderes, mas também nas eleições de 2026. Embora Davi Alcolumbre, presidente do Senado, tenha declarado que apoia um projeto que reduz as penas dos condenados pelos atos golpistas, sem incluir Bolsonaro no perdão, figuras proeminentes do ‘Centrão’ e da oposição manifestam discordância, defendendo uma anistia ampla que livraria o ex-presidente da prisão.
No Senado, líderes políticos estão divididos sobre a forma da proposta. Alguns defendem um perdão geral para todos os envolvidos nos ataques, mantendo, no entanto, a inelegibilidade de Bolsonaro, um ponto estratégico que beneficia o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em sua candidatura à Presidência em 2026.
Impacto
Freitas se envolveu ativamente na articulação política em busca do perdão amplo, com o apoio do ‘Centrão’. Fontes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Supremo Tribunal Federal (STF), a expectativa é que essa movimentação tenha impacto nas eleições, além de garantir uma resposta à ala bolsonarista que questiona a viabilidade de Tarcísio.
Embora o projeto de anistia precise da aprovação do Congresso, a sanção do presidente Lula será crucial para determinar o futuro da proposta. A palavra final, porém, caberá ao próprio Congresso, que pode derrubar vetos presidenciais.
Para um perdão amplo, são necessários cerca de 300 votos na Câmara, o que indicaria apoio suficiente para garantir a aprovação do projeto. A disputa está em um impasse, com o julgamento de Bolsonaro e outros réus previsto para ser concluído na próxima semana. As penas máximas para os acusados podem ultrapassar 40 anos de prisão, aumentando ainda mais a pressão sobre os parlamentares.