A discussão entre parlamentares sobre a suspensão dos trabalhos da sessão presidida pelo deputado de ultradireita Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) durou exatos 36 minutos. Cavalcante negava, sistematicamente, os pedidos de interrupção argumentando que seguia orientações da Polícia Legislativa.
Por Redação – de Brasília
No Plenário da Câmara o barulho das explosões de bombas, na Praça dos Três Poderes, era alto e claro, na noite passada. Parte dos congressistas não esconderam o medo de haver, lá fora, um novo 8 de Janeiro. Ainda assim, foram necessários 13 pedidos verbais para suspender a sessão em curso, o que acabou acontecendo apesar da tentativa da bancada evangélica de votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade fiscal para igrejas. O assunto ficou para outro dia.

A discussão entre parlamentares sobre a suspensão dos trabalhos da sessão presidida pelo deputado de ultradireita Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) durou exatos 36 minutos. Cavalcante negava, sistematicamente, os pedidos de interrupção argumentando que seguia orientações da Polícia Legislativa, do chefe de segurança da Câmara e do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Qualquer decisão, disse ele, seria tomada “estritamente” por esses agentes.
Urgência
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-RJ) foi a primeira a perceber que algo de muito estranho estava acontecendo e poderia significar um risco aos parlamentares, ao citar suas preocupações com a segurança, em Plenário. Outros parlamentares de esquerda, como Glauber Braga (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Duarte Jr. (PSB-MA), apoiaram o argumento.
— Temos bombas explodindo ao nosso redor. É o mesmo discurso de 8 de janeiro de 2023 — declarou Sâmia.
Erika Kokay, por sua vez, mencionou um óbito noticiado pela imprensa, mas Sóstenes disse que a informação ainda não estava confirmada, até precisar ceder aos fatos.