Os participantes privados da reunião, no entanto, não ouviram de Escobar o interesse nesses materiais e a negociação sobre as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Por Redação – de Brasília
Encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar revelou, nesta quinta-feira, que o governo norte-americano mantém interesse nos minerais existentes em solo brasileiro. O assunto foi levado a representantes privados do setor. Durante o encontro nesta semana, Escobar abordou a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos que o governo brasileiro elabora, assim como as iniciativas parlamentares sobre o tema. Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira afirmou em recente entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo que o plano deve ser finalizado nos próximos meses.
Empresários brasileiros conhecem o interesse dos EUA nesses minerais há alguns anos e, há três meses já haviam se reunido com Escobar. Os materiais interessam aos norte-americanos para diferentes propósitos, inclusive para a indústria da defesa. Os participantes privados da reunião, no entanto, não ouviram de Escobar o interesse nesses materiais e a negociação sobre as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Há, contudo, alguma chance de o assunto entrar nas negociações sobre a pauta de importações e exportações.
Representantes do setor lembram que a China chegou a restringir a exportação de terras raras aos EUA em meio às tensões com a gestão Trump. Depois, voltou atrás em um acordo comercial com os americanos.
Resposta
O empresariado, no entanto, ressalta que qualquer interesse do governo norte-americano no assunto deve ser relatado diretamente ao governo brasileiro. A União, de acordo com o texto constitucional, é quem decide sobre o uso do subsolo nacional. Adiantando-se acerca do tema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta manhã, durante pronunciamento em Minas Gerais, que o Brasil não cederá à pressão internacional sobre suas riquezas naturais. Em um discurso objetivo, Lula respondeu diretamente ao interesse dos EUA em firmar acordos para a aquisição de minerais estratégicos como lítio, nióbio e terras raras.
— Nós temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro, nossos minerais ricos que vocês querem, e aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro — garantiu o presidente, em clara referência às negociações que vêm sendo articuladas entre o governo norte-americano e o setor de mineração nacional.