Rio de Janeiro, 24 de Junho de 2025

EUA retiram opositores de Maduro de embaixada argentina em Caracas

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Quarta, 07 de Maio de 2025 às 11:06, por: CdB

No total, cinco pessoas foram retiradas do local que estava sob custódia brasileira; Marco Rubio, Javier.

Por Redação, com agências internacionais – de Washington

 

O governo do magnata Donald Trump conseguiu retirar opositores do presidente Nicolás Maduro, em uma operação secreta bem-sucedida, na sede diplomática da Argentina em Caracas na madrugada desta terça-feira.

EUA retiram opositores de Maduro de embaixada argentina em Caracas | Milei e María Corina Machado elogiaram a ação
Milei e María Corina Machado elogiaram a ação

A embaixada brasileira, que assumiu os trabalhos da representação argentina logo após a polêmica eleição de Maduro no ano passado, disse oficialmente que não foi informada sobre a operação.

– Após uma operação precisa, todos os reféns estão em segurança em solo (norte-)americano. Estendemos nossa gratidão a todo o pessoal envolvido e aos parceiros que ajudaram a garantir a libertação desses heróis venezuelanos – disse o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

No total, cinco integrantes da ultradireita venezuelana estavam abrigadas na embaixada argentina, em Caracas, desde março de 2024. Os opositores são ligados a María Corina Machado, líder da ala neofascista que tentou um golpe de Estado contra o governo revolucionário do então presidente Hugo Chávez. Eles se abrigaram na representação argentina depois que o Ministério Público da Venezuela os acusou de conspiração contra o governo.

Antes, eram seis asilados na embaixada. Um deles, Fernando Martínez Mottola, chegou a sair do local em dezembro de 2024, quando se apresentou às autoridades venezuelanas. Ele foi posto em liberdade condicional logo em seguida, mas faleceu no final de fevereiro por conta de problemas de saúde.  Rubio não revelou detalhes sobre como a operação aconteceu ou o destino dos opositores.

 

Representação

A decisão do Brasil de assumir a segurança da sede diplomática argentina foi tomada no início de agosto de 2024, depois que o governo Maduro expulsou o corpo diplomático do país governado por Javier Milei e de outras nações sul-americanas. Na época, Maduro se via diante do ponto mais alto da pressão internacional contra o seu governo, acusado de manipular o resultado do pleito que assegurou o seu terceiro mandato na Venezuela.

Do ponto de vista diplomático, a mudança não significa que o Brasil tenha assumido para si as funções diplomáticas da Argentina. Na prática, o governo brasileiro se colocou na posição de administrar a instalação e os arquivos. Também cabe ao Brasil assegurar a proteção dos membros de oposição ao governo Maduro.

Esse movimento tem previsão legal, já que se baseia na Convenção de Viena sobre Relações Internacionais, de 1961, e na Convenção de Viena sobre Relações Consulares, de 1963.

Itamaraty

Apesar da surpresa, no resgate, alguma solução era esperada, uma vez que os opositores permaneciam na representação argentina por um tempo estendido. No mês passado, o grupo chegou a enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que pediam uma saída para o caso.

“Hoje, completamos 404 dias desde que ingressamos nesta sede diplomática, e mais de 5 meses sem eletricidade nem água corrente, em condições que violam os direitos humanos básicos. Essa situação se agrava pelo cerco policial constante nos arredores da sede diplomática”, relatou o grupo.

Os opositores também se queixavam do “silêncio” do governo brasileiro. “Em um contexto no qual a memória histórica e a justiça são valores defendidos pelo governo brasileiro, nós nos encontramos presos em um limbo, sem os salvo-condutos que são um direito dentro dos marcos dos convênios internacionais firmados. Imagine o que é passar mais de cinco meses sem eletricidade, sem água nas tubulações e com ameaças físicas constantes. O silêncio dói muito”, dizia a carta, que afirmava que a embaixada tinha sido transformada “em prisão”.

O Itamaraty ainda não se posicionou oficialmente sobre a operação. Lula, por sua vez, deve encontrar Maduro na Rússia, para onde embarcou na terça-feira. Ambos estarão ao lado do presidente Vladimir Putin no Dia da Vitória, na próxima sexta-feira, data que celebra o triunfo dos Aliados contra a Alemanha nazista na II Guerra Mundial. Será o primeiro encontro entre Lula e Maduro desde as eleições do ano passado.

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