Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

EUA: gigantes da logística protegem apostas em corrida por caminhões autônomos

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Segunda, 04 de Abril de 2022 às 10:11, por: CdB

As incertezas em torno do transporte autônomo chegam em um momento crítico para o setor de caminhões dos Estados Unidos, que atravessa uma escassez recorde de 80 mil motoristas, pois a demanda por compras online e os curtos prazos de entrega estão sobrecarregando as cadeias de suprimentos.

Por Redação, com Reuters - de Washington

As empresas de caminhões autônomos dos Estados Unidos encontraram uma oportunidade de ouro na falta de motoristas em todo o país, mas seus veículos ainda não estão prontos e nem seus maiores clientes em potencial.
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Gigantes da logística dos EUA protegem apostas em corrida por caminhões autônomos
As incertezas em torno do transporte autônomo chegam em um momento crítico para o setor de caminhões dos Estados Unidos, que atravessa uma escassez recorde de 80 mil motoristas, pois a demanda por compras online e os curtos prazos de entrega estão sobrecarregando as cadeias de suprimentos. Investidores privados, que até agora despejaram quase US$ 9 bilhões em empresas do segmento, de acordo com dados do Pitchbook, esperam que os caminhões autônomos acabem se popularizando. Entre as empresas que desenvolvem a tecnologia estão TuSimple, Aurora Innovation, Embark e Waymo, da Alphabet. – Todo mundo está em um ponto em que estão protegendo suas apostas – disse Eric Fuller, presidente-executivo da US Xpress, uma transportadora e intermediária de fretes que administra uma frota de 6 mil veículos próprios.

TuSimple e Aurora

A empresa anunciou parcerias com TuSimple e Aurora. Fuller, que também faz parte do conselho consultivo da TuSimple, disse que a US Xpress está trabalhando com todas as outras empresas de veículos autônomos, mas ainda não anunciou mais parcerias. Grandes grupos de logística como DHL, UPS e Ryder System lançaram programas-piloto com várias empresas de transporte autônomo. As empresas afirmam que desenvolveram tecnologias que pode guiar com segurança um caminhão de 15 toneladas por uma estrada movimentada e estão correndo para fazer lançamentos comerciais. Mas os gigantes da logística dizem que ainda estão nos estágios iniciais de exploração da tecnologia e estão esperando para ver quais startups têm equipe, capital e rede para sobreviver e provar que caminhões sem motoristas são viáveis em aplicações de larga escala. Embora muita atenção tenha sido dada a táxis autônomos, especialistas do setor apostam cada vez mais que caminhões sem motorista serão os primeiros veículos autônomos a gerar receita significativa devido ao ambiente menos complexo em que operam. No entanto, fazer um impacto significativo no mercado dos Estados Unidos, formdo por 2,3 milhões de caminhões, levará tempo, e os especialistas do setor projetam não mais do que algumas centenas de caminhões autônomos na próxima década. Os motoristas humanos preferirão passar mais tempo em rotas mais curtas e complexas perto de suas casas, rotas que ainda são muito difíceis de serem percorridas pela tecnologia de direção autônoma. Os analistas do Pitchbook esperam que o mercado global de caminhões autônomos aumente de cerca de US$ 530 milhões  em 2023 para US$ 167 bilhões em 2035.

Custos mais baixos

Defensores da tecnologia afirmam que a direção autônoma pode reduzir pela metade os custos com motoristas, com as empresas planejando cobrar entre US$ O,35 e US$ O,45  em taxas de assinatura a cada 2 quilômetros, de acordo com dois especialistas do setor. Motoristas representam mais de 40% dos custos por quilômetro, segundo dados do Instituto Americano de Pesquisa em Transporte. Além disso, nos EUA eles são limitados a dirigir por 11 horas por dia. Mas as empresas, três delas listadas em bolsa, estão longe de gerar receita significativa, muito menos lucro. A Embark registrou um prejuízo líquido de US$ 124 milhões em 2021, o TuSimple teve um prejuízo de US$ 411 milhões e a Aurora teve resultado negativo de US$ 755 milhões. A TuSimple disse que encerrou 2021 com cerca de US$ 1,3 bilhão em caixa, enquanto a Aurora com US$ 1,6 bilhão.
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