Informações preliminares indicam que, quando a polícia chegou, um homem estava indo embora do local e alguns pedestres o apontaram como o autor do crime.
Por Redação, com ANSA – de Milão
Uma enorme escultura de baleia feita em papel machê, criada pelo artista italiano Jacopo Allegrucci, para a 24ª Exposição Internacional do Museu Trienal de Milão, que acontece até 9 de novembro de 2025, foi incendiada durante a noite do domingo.

Informações preliminares indicam que, quando a polícia chegou, um homem estava indo embora do local e alguns pedestres o apontaram como o autor do crime.
Ao ser abordado, o suspeito proferiu palavras incoerentes. Trata-se de um morador de rua egípcio de 33 anos, que foi detido sob a acusação de incêndio criminoso.
A instalação metálica “A Baleia” (“La Balena”) representa um dos quatro animais ameaçados de extinção abordados pela Trienal e faz parte do projeto “A Fragilidade do Futuro”, de Allegrucci.
Em declaração à agência italiana de notícias ANSA, o artista disse que, apesar do ocorrido, “há mais três espécies ameaçadas de extinção para expor” e, portanto, “concordou com a Trienal em seguir em frente”.
Inclusive, Allegrucci disse que uma escultura de um elefante deveria ser inaugurada nesta segunda-feira em Milão. “Sinto muito. É a primeira vez que algo assim me acontece, felizmente”, acrescentou.
Academia de Belas Artes de Carrara
Formado pela Academia de Belas Artes de Carrara e especializado em obras de papel machê, o italiano é conhecido por criar esculturas de papel em grande escala, como os carros alegóricos que faz para o carnaval de Viareggio, onde ganhou o prêmio de melhor obra inúmeras vezes.
– A baleia era uma escultura ao ar livre, em uma passagem, então pensei que poderia haver algum pequeno vandalismo, mas não imaginei que chegaria tão longe – revelou ele, enfatizando que a mensagem dessas obras “é sobre a fragilidade, a extinção de espécies, uma fragilidade evidenciada pelo papel”.
Com papel machê, o artista fala na Trienal sobre as mudanças climáticas e suas consequências, e sobre a vulnerabilidade das espécies animais nessas condições. “Pensamos em tudo, exceto no fogo”, concluiu ele, que está na expectativa “para poder expor o próximo animal”.
Para o ministro da Cultura da Itália, Alessandro Giuli, o incêndio criminoso “é um ato covarde e insensato que fere não apenas uma obra de extraordinário poder simbólico, mas também a cultura, a liberdade criativa e a consciência cívica do nosso país”.
– Este ato de violência e incivilidade fere um projeto que, por meio da arte, denunciou a fragilidade do futuro e a necessidade de proteger espécies ameaçadas de extinção – acrescentou ele, expressando “total solidariedade ao artista, à Trienal de Milão e a todos aqueles que trabalharam para dar vida a uma experiência cultural de alto valor”.