Eduardo Wotzik marcou presença nos palcos Brasil afora com um espetáculo existencialista cujo tema é a conexão do homem com o que é eterno e imaterial, com uma costura de textos de Clarice Lispector, desta vez a aposta é o humor com muita ironia e inteligência.
Por Redação - do Rio de JaneiroO premiado ator e diretor Eduardo Wotzik vai viver a macaca Chita no Teatro. Primeira leitura do texto da peça inédita Mim, Chita, de Eduardo Wotzik. Vagas limitadas. Local: Espaço Cultural Midrash, Leblon. nesta terça-feira, 19h.
O Espaço Cultural Midrash convidou e Eduardo Wotzik aceitou revelar ao público o texto de sua próxima obra, Mim, Chita. A peça estreia ano que vem, em comemoração aos quarenta anos de carreira deste artista que é um dos diretores cariocas mais representativos da cena cultural brasileira e que se dedica exclusivamente ao teatro desde os tempos do grupo Tapa, no qual começou como ator e diretor, em 1979.
Eduardo Wotzik marcou presença nos palcos Brasil afora com um espetáculo existencialista cujo tema é a conexão do homem com o que é eterno e imaterial, com uma costura de textos de Clarice Lispector, desta vez a aposta é o humor com muita ironia e inteligência.
Depois do aclamado espetáculo Missa Para Clarice – Um Espetáculo Sobre o Homem e o Seu Deus (nas palavras de Fernanda Montenegro, “uma peça que nos põe diante de um novo processo de espiritualidade”), Eduardo dedica-se ao texto Mim, Chita, uma livre adaptação da autobiografia da macaca Chita, do inglês James L ever e indicada ao Booker Prize. “A obra, cheia de humor, narra, na primeira pessoa, a extraordinária vida de um macaco (Chita era macho) retirado África profunda e levado à uma vida na selva das cidades, entre as estrelas da idade de ouro de Hollywood”, conta Wotzik. – Mim, Chita é alta comédia, uma peça que quer conversar com o espectador sobre a fama, o nosso patético, a ética, o cinema, o estrelato, além de falar do Teatro, das biografias, da Arte, do que é indébito, brincar com os limites entre realidade e ficção – diz Wotzik. Ao contrário de muitos diretores, que procuram ter uma marca única, um estilo que se repita e identifique sua obra, Eduardo aposta na quebra de expectativas e costuma chamar atenção justamente pela diversidade de gêneros, estilos e propostas cênicas de seus espetáculos, que costumam ser absolutamente diferentes uns dos outros. “ Mim, Chita! é, sem dúvida, o elo perdido”, diz Wotzik. “Chita tornou-se um dos maioresastros de Hollywood de todos os tempos e morreu, aos 80 anos, deprimido, diabético, alcóolatra, viciado em cigarro e hambúrguer”. Mas mesmo assim, agradecerá em cena aos humanos por tudo o que fizeram por ele. E ainda nos fará rir na plateia.
Breve Histórico
Em quatro décadas, já são quarenta peças teatrais e muitos prêmios. Moliere, com O Pássaro Azul, de Maeterlinck; o Mambembe, com A Geração Trianon; o MINC de Contribuição ao Teatro, com Bonitinha Mas Ordinária; o prêmio IBEU de direção, com Um Equilíbrio Delicado, de Edward Albee. Além dos prêmios para montagem: Eletrobras, com Édipo Rei, de Sófocles; prêmio Funarte com Bonitinha, mas Ordinária; o prêmio FATE, da Secretaria Municipal de Cultura, com Emily; o prêmio Eletrobras com a montagem de Estilhaços.
O autor superou todas as expectativas quando convidou o público para assistir a uma peça com 24 horas de duração, O Interrogatório – Uma Vigília (de 2011), de Peter Weiss. O público assistia uma parte, saía e voltava depois, e os atores continuavam lá, em cena, durante um dia inteiro. Foi um sucesso. O carioca de Ipanema Eduardo Wotzik começou a carreira no Grupo Tapa, que ainda tinha sede no Rio de Janeiro, e conquistou a crítica e o grande público com o aclamado espetáculo “Um Equilíbrio Delicado” (ano 2000), quando reuniu em cena nomes como Walmor Chagas, Tonia Carrero, Itala Nandi, Camilla Amado e Clarice Niskier. Troia e Sonata Kreutzer foram outros espetáculos de grande repercuss&a tilde;o.