A ofensiva da Ucrânia ocorre no momento em que dezenas de líderes mundiais, entre eles, Lula, se preparam para participar de uma agenda em comemoração ao fim da Segunda Guerra Mundial, em Moscou.
Por Redação, com CartaCapital – de Moscou
A Ucrânia atacou o território russo na madrugada desta terça-feira com mais de 100 drones, direcionados principalmente contra Moscou, uma ofensiva que afetou as operações de vários aeroportos, informaram as autoridades russas.

No total, 105 drones atacaram a Rússia entre a noite de segunda-feira e a madrugada, segundo o Ministério da Defesa, antes das comemorações em Moscou do fim da Segunda Guerra Mundial com um desfile militar na presença do presidente Vladimir Putin e quase 20 governantes estrangeiros, entre eles, Lula (PT).
O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, informou no Telegram que 19 drones foram interceptados pela defesa antiaérea quando seguiam na direção da capital.
Vários aeroportos restringiram suas operações, quatro deles na região de Moscou, informaram as agências de notícias locais, que citaram a agência russa de aviação civil, Rosaviatsia.
As medidas restritivas afetaram os aeroportos de Sheremetievo, Domodedovo, Vnukovo e Zhukovski, que em alguns casos fecharam todas as suas pistas, segundo a Rosaviatsia.
O funcionamento também foi interrompido nos aeroportos das grandes cidades sobre o Volga, como Ninzhi Novgorod, Samara ou Volgogrado.
Os governadores das regiões de Voronezh e Penza (sul do país), relataram, respectivamente, que 18 e 10 drones ucranianos foram interceptados sobre seus territórios, sem provocar vítimas.
Na região fronteiriça de Kursk, um ataque ucraniano deixou dois adolescentes feridos e provocou apagões, segundo o governador Alexander Khinstein.
Do lado ucraniano, um bombardeio russo com drones deixou um morto na região de Odessa, informou o governador Oleg Kiper.
A Rússia anunciou um cessar-fogo de três dias, de 8 a 10 de maio, pelas comemorações da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
A Ucrânia não informou se acatará a trégua anunciada por Putin. Volodymyr Zelensky, presidente do país, já havia sinalizado não acatar a paralisação e disse, recentemente, que não poderia garantir a segurança dos líderes que visitarão Moscou nesta semana.
Pelo Brasil, além de Lula, a primeira-dama Rosangela da Silva, a Janja, vai participar das celebrações. Ela já está na Rússia para uma série de agendas antes do evento oficial. Deputados, senadores e ministros também formarão a comitiva presidencial.
Zelensky diz que não acredita que a Rússia vai respeitar trégua
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo 4 que não acredita que a Rússia respeitará uma trégua de três dias, de 8 a 10 de maio, para marcar a comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
O mandatário russo, Vladimir Putin, anunciou na segunda-feira uma trégua na frente ucraniana da meia-noite de 7 para 8 de maio até a meia-noite de 10 para 11 de maio.
– Esse não é o primeiro desafio ou as primeiras promessas de cessar-fogo feitas pela Rússia – disse Zelensky aos repórteres durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente tcheco, Petr Pavel.
– Sabemos com quem estamos lidando e não acreditamos neles – acrescentou Zelensky, que chegou a Praga neste domingo para uma visita de dois dias acompanhado de sua esposa.
– Hoje e todos estes dias estão falando de que querem uma espécie de cessar-fogo parcial, mas vocês deveriam saber, por exemplo, que o número de ataques hoje é o maior nos últimos meses – apontou o governante ucraniano.
Citando um relatório militar, Zelensky afirmou que a Rússia realizou mais de 200 ataques no sábado.
“Então não há fé alguma [neles]”, ele acrescentou.
Por sua vez, Petr Pavel, um ex-general da Otan, observou que “Putin pode terminar a guerra com uma única decisão, mas até agora não mostrou nenhuma vontade de fazê-lo”.
A República Tcheca, membro da União Europeia e da Otan, tem fornecido ajuda humanitária e militar à Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Além disso, recebeu mais de meio milhão de refugiados de guerra e forneceu equipamento para o Exército ucraniano, como tanques, veículos blindados e helicópteros.
De acordo com a presidência russa, Putin tomou essa decisão “por razões humanitárias” e para marcar o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, que a Rússia está preparando para comemorar com grande pompa em 9 de maio.
Espera-se que cerca de 20 líderes acompanhem Putin no dia 9 de maio em Moscou para as comemorações.