Rio de Janeiro, 25 de Julho de 2025

Dilma recebe o reconhecimento de anistia, rejeitado por Bolsonaro

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Quinta, 22 de Maio de 2025 às 20:51, por: CdB

Em seu voto, Lentz disse que a ex-presidente foi “atingida por graves atos de exceção por motivação exclusivamente política”.

 

Por Redação – de Brasília

A Comissão de Anistia da Ditadura Militar aprovou de forma unânime, nesta quinta-feira, o reconhecimento da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) como anistiada política. O pedido havia sido rejeitado em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Dilma recebe o reconhecimento de anistia, rejeitado por Bolsonaro | Dilma, durante depoimento em tribunal à época da ditadura civil-militar
Dilma, durante depoimento em tribunal à época da ditadura civil-militar

Haverá, ainda, uma reparação econômica de caráter indenizatório à ex-presidente. O relator do processo, conselheiro Rodrigo Lentz, definiu que isso se dará em uma única parcela, considerando o período de 1969 a 1988, atingindo o teto legal de R$ 100 mil.

Em seu voto, Lentz disse que a ex-presidente foi “atingida por graves atos de exceção por motivação exclusivamente política”. Ele também leu trechos de depoimento de Dilma sobre as sessões de tortura a que ela foi submetida.

 

Desculpas

A presidente do colegiado, Ana Maria Lima de Oliveira, agradeceu à petista pela sua “incansável luta pela democracia brasileira e pelo povo brasileiro”. ”

— Esta comissão, pelos poderes que lhe são conferidos, lhe declara anistiada política brasileira. E, em nome do Estado brasileiro, lhe pede desculpas por todas as atrocidades que lhe causou o Estado ditatorial. Que causou à senhora, à sua família e ao seus companheiros de luta e, ao fim e a o cabo, a toda à sociedade brasileira. Também queremos agradecer por sua incansável luta pela democracia brasileira, pelo povo brasileiro. Muito obrigada pela senhora existir e ser essa mulher que todos lhe chamam de ‘Dilma, coração valente’ — disse Ana Maria, durante a sessão.

A conselheira Rita Sipahi, que foi presa com Dilma, disse que participar da sessão é “uma grande honra e orgulho” e que “a resistência brasileira à ditadura civil-militar implantada em 1964 foi conquistada por você, mulheres e homens do passado e do presente.” Após a decisão do colegiado, os conselheiros aplaudiram e houve gritos de “Dilma, presente”.

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