Investigação mira o político do PL e seus assessores que teriam montado um esquema de falsificação de documentos para apropriação indevida dos recursos públicos.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
A Polícia Federal realizou, na manhã desta sexta-feira, uma operação para cumprir 19 mandados de busca e apreensão em Brasília e Goiás como parte de uma investigação que apura um suposto desvio de recursos públicos de cota parlamentar.

A corporação ainda não oficializou a lista de alvos da ação, mas a investigação estaria centrada no gabinete do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO). O político da extrema-direita e seus assessores tiveram os endereços revistados. Um dos funcionários do parlamentar foi flagrado com mais de 70 mil reais em dinheiro vivo.
Gayer se antecipou e comentou a operação nas redes sociais, afirmando que foi acordado por agentes da PF “esmurrando a porta”. Ele também confirmou que teve seus aparelhos eletrônicos apreendidos. O vídeo foi divulgado por aliados do deputado nas redes sociais.
O deputado não é candidato a nenhum cargo nas eleições municipais de 2024, contudo, faz parte da campanha de diversos aliados em seu estado.
Os 19 mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens são cumpridas em Brasília (DF) e em quatro cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso, Aparecida de Goiânia e Goiânia.
Conforme apurado, a organização civil ligada ao grupo foi criada com uma ata de constituição falsificada e com data retroativa, incluindo em seu quadro social crianças de 1 a 9 anos. A operação investiga possíveis crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato.
O parlamentar acumula acusações de racismo
Esta não é a primeira vez que Gayer é envolvido em controvérsias. O parlamentar acumula acusações de racismo, disseminação de fake news e assédio eleitoral. Em 2022, ele foi condenado pela 7ª Vara do Trabalho de Goiânia a pagar R$ 80 mil de indenização por coagir funcionários a votar no então presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão apontou conduta de “assédio moral eleitoral” e “desrespeito ao ordenamento jurídico”.
Em novembro de 2023, deputadas do PSOL acionaram o STF, acusando Gayer de incitar preconceito racial, após uma fala em que o apresentador Rodrigo Arantes comparou o QI da população africana ao de macacos, com aparente concordância do deputado. Ainda em 2022, ele viralizou ao associar a população nordestina a uma “galinha que corre atrás de migalhas”, em evento na Bahia, crítica que direcionou a políticas sociais de governos de esquerda.