Freitas compareceu como testemunha de defesa no processo que acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que teria articulado o golpe de Estado fracassado após as eleições de 2022.
Por Redação – de Brasília
O depoimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Supremo Tribunal Federal (STF), realizado nesta sexta-feira, decepcionou aliados de Jair Bolsonaro (PL). Segundo apurou a colunista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, seguidores do líder neofascista esperavam que o ex-ministro da Infraestrutura fosse mais incisivo, em linha com os ataques que o bolsonarismo costuma dirigir à Corte, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes.

Freitas compareceu como testemunha de defesa no processo que acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que teria articulado o golpe de Estado fracassado após as eleições de 2022. Ao contrário do que desejava o núcleo central da ultradireita, o governador paulista optou por um tom moderado e evitou qualquer enfrentamento direto com Moraes.
— Chegar no Supremo e dizer que nunca ouviu o Bolsonaro falar sobre golpe e que nunca participou de reunião golpista é fácil — criticou um aliado do ex-presidente, sob condição de anonimato.
‘Perseguição’
Segundo esse grupo, o que esperavam de Tarcísio era justamente que denunciasse a suposta “perseguição” que Bolsonaro alega sofrer. Para eles, assumir riscos, inclusive uma possível advertência do ministro do STF, seria necessário para sinalizar lealdade e combatividade.
Eles citam como exemplo o depoimento do ex-deputado federal Aldo Rebelo, que, ao tentar interpretar uma frase durante seu depoimento, foi interrompido por Moraes e chegou a dizer que não admitiria “censura”. O ministro então o advertiu, deixando claro que poderia haver implicações legais por desacato.